quinta-feira, 7 de junho de 2012

A VERDADE SOBRE O TANQUE DE BETESDA


Realmente descia um anjo no tanque de Betesda?
João 5
1 Depois disso havia uma festa dos judeus; e Jesus subiu a Jerusalém.
2 Ora, em Jerusalém, próximo à porta das ovelhas, há um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco alpendres.
3 Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados [esperando o movimento da água.]
4 [Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; então o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.]
5 Achava-se ali um homem que, havia trinta e oito anos, estava enfermo.
6 Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim havia muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar são?
7 Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que, ao ser agitada a água, me ponha no tanque; assim, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
8 Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda.
9 Imediatamente o homem ficou são; e, tomando o seu leito, começou a andar. Ora, aquele dia era sábado.
10 Pelo que disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito.
11 Ele, porém, lhes respondeu: Aquele que me curou, esse mesmo me disse: Toma o teu leito e anda.
12 Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito e anda?
13 Mas o que fora curado não sabia quem era; porque Jesus se retirara, por haver muita gente naquele lugar.
14 Depois Jesus o encontrou no templo, e disse-lhe: Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.
15 Retirou-se, então, o homem, e contou aos judeus que era Jesus quem o curara.

O Tanque de Betesda, que em hebraico significa “casa de misericórdia”, era localizado, segundo Flávio Josefo, em Jerusalém, ao norte do Templo, próximo ao mercado das ovelhas. Em escavações nesta região, no ano de 1888, o professor e arqueólogo, Dr. Conrad Schick, achou um grande tanque com cinco pavilhões (degraus), que levavam a uma parte mais baixa, onde havia água. Em uma de suas paredes havia a pintura de um anjo no ato de movimentar as águas! Segundo o credo e tradição judaica, de tempo em tempo, um anjo descia naquele tanque e movimentava as águas, o primeiro que entrasse no tanque após o movimento, era curado de qualquer enfermidade! Assim se arregimentavam grandes quantidades de pessoas, esperando receber algo através de um ato místico.


O fato relevante aqui é entendermos que o contexto nos mostra dois tipos distintos de multidão que buscam alguma benção de Deus. A multidão do Tanque de Betesda (a turba que gosta de anjos), e a multidão que seguia a Jesus! Aquela multidão que rodeava o Tanque é símbolo das inúmeras pessoas que esperam receber algo de um ritualismo religioso ou místico! O Tanque de Betesda é símbolo do formalismo e misticismo religioso, onde jazem milhões e milhões de pessoas ao redor de um símbolo, aguardando que um dia aconteça alguma coisa que os tire desta situação! Este grupo é levado pela superstição e pelo ritualismo. Ao contrário destes, o grupo que segue a Jesus, é dinâmico, cheio de satisfação e alegria por ver as maravilhas de Deus através do Senhor! Jesus tem que ser o centro e nunca às suas criaturas.



O tanque.

Era uma vez, uma cidade muito, muito importante; considerada o centro do mundo porque fatos notáveis aconteceram em suas colinas. Primeiro conhecida como a cidade de Davi, depois Jerusalém, ela se tornou a sede da religião dos judeus, cristãos e muçulmanos - que a consideram sagrada.


Em Jerusalém havia um chafariz que ficava próximo de uma feira de animais. Como sempre foi uma cidade bem mística alguém começou a dizer que as águas desta fonte eram miraculosas. Rapidamente, a notícia ganhou dimensões extraordinárias e espalhafatosas; no mercado, dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, movia as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado.


Multidões se formaram, todos aguardando um milagre. A administração municipal de Jerusalém, interessada na romaria, mas também por razões humanitárias, resolveu construir um pavilhão para abrigar tanto enfermo. Edificaram um prédio imponente, com um alpendre de cinco pavimentos, que se lotava de paralíticos, cegos e doentes de toda a espécie. Devido a essa enorme expectativa, sempre adiada, de que uma pessoa (só uma) seria brindada com um milagre, o lugar foi denominado, ironicamente, de Betesda - que significa “casa de misericórdia”.


Conta-se que muitas famílias, para se verem livres dos doentes, os abandonavam nos alpendres do tanque de Betesda. Os ricos compravam escravos para os ajudarem a entrar nas águas. Alguns alugavam as bordas mais próximas, que possibilitavam melhor acesso. Todos queriam o seu milagre e, lógico, os mais abastados, sagazes e famosos, se sentiam perto da graça.


Os pobres e os doentes graves, os destrambelhados, acabavam no fundão do tanque. A esperança deles desvanecia, mas logo chegavam notícias, aqui e acolá, de que alguém acabava de receber o seu milagre - no mercado ao lado, os agraciados contavam sua história e os crédulos e atentos peregrinos que visitavam Jerusalém retransmitiam os testemunhos. Assim, a esperança de cura ficava adiada por mais um ano.


Jesus não vivia em Jerusalém. Aliás, ele residia longe desse ambiente supersticioso – em Cafarnaum, mas sabia dos boatos. Em uma de suas visitas à cidade, resolveu visitar o tanque de Betesda. Com certeza, o que viu foi pior do que lhe contaram.


As pessoas afirmavam que o anjo descia até o tanque anualmente, mas ninguém sabia a data exata. Irrequietos, os doentes mais hábeis saltavam, esporadicamente, para se anteciparem ao anjo. A confusão era constante. Os que se sentiam melhor, corriam pelos corredores gritando “aleluia” e outros, nervosos e frustrados, desmentiam os milagres. Vez por outra, levantavam-se profetas prevendo o dia preciso em que o anjo visitaria o local.


Certos doentes jaziam por anos e anos em total mendicância, esperando o momento da cura que não chegava nunca. O estado de alguns era deplorável. Escaras cheiravam mal e piolhos podiam ser vistos a olho nu nos cabelos de certas mulheres.


Diante dessa realidade tão perversa, Cristo passou ao largo dos mais capazes, dos mais ricos e dos que menos precisavam de cura; dirigiu-se para um dos cantos esquecidos do tanque de Betesda e encontrou um homem que esperava por seu milagre há trinta e oito anos. Ninguém sabe seu nome, mas, com certeza era um pobre; sua família, ocupada com a sobrevivência, se esquecera dele fazia algumas décadas.


Jesus aproximou-se do paralítico e perguntou: “Você quer ser curado”? Ele respondeu dentro da lógica que aprendera: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim”. De um só fôlego, Jesus ordenou: “Levante-se, pegue a sua maca e ande”. Imediatamente o homem pegou a maca e começou a andar.


A passagem de Jesus pelo tanque de Betesda aconteceu num sábado, o dia sagrado dos judeus, porque ele tinha um propósito: mostrar que a religião se preocupa, prioritariamente, com a sua estabilidade. Os religiosos sobrevivem da ilusão e não têm escrúpulos de gerar falsas expectativas em pessoas fragilizadas.


Quando aquele senhor abandonou o tanque de Betesda com a sua maca nas costas, Jesus deixou uma mensagem para a cidade de Jerusalém: "Os milagres que procedem de Deus não premiam quem souber se mostrar hábil, santo ou rico – Deus não faz acepção de pessoas, nem busca transformar os espaços religiosos numa corrida desenfreada pela bênção onde só os mais fortes sobrevivem".


O tanque de Betesda é metáfora que lembra a humanidade que Deus olha graciosamente para os desfavorecidos, para os que não têm a menor possibilidade de se safarem dos torniquetes perversos da injustiça, para os mais indefesos – órfãos e viúvas, por exemplo.


Cristianismo deve, portanto, assumir o compromisso de continuar visitando os campos de exilados (Darfur), as clínicas de Aids (África do Sul), as periferias miseráveis das grandes cidades (Brasil) para anunciar a mais alvissareira de todas as notícias: Deus não se esqueceu dos pobres.



Polêmica – Tanque de Betesda

Tanque de Betesda - descoberta arqueológica

A Jerusalém do século I a.C. reunia vários elementos das culturas anteriores, como babilônicos, persas e helênicos, que as tinha conquistado. O helenismo[1] profundamente difundido pela alta sociedade encontrava forças nas suas bases culturais principalmente quando estava relacionado à cura de doenças, estas eram entendidas pelos povos semíticos[2] como provenientes de demônios crença essa difundida desde períodos remotos.


O culto desenvolvido no Tanque de Betesda possuiu uma referência no texto bíblico atribuído a João em um período posterior a destruição de Jerusalém mais precisamente na década de 90 d.C. fato esse discutido por historiadores atuais que buscam a comprovação de um Jesus Histórico e que utilizam de textos joaninos para buscar tal referência. Segundo o professor doutor André Chevitarese[3]:


“Há uma passagem em João 5:1-9 bastante conhecida porque ela diz respeito a um individuo com problemas de saúde, de movimento, que está há anos com esse problema, tentando entrar na piscina de Betesda. Jesus se aproximar dele e o cura, sem que ele precise entrar nessa piscina. Isso é a leitura (teológica) do texto. Mas, essa piscina, descoberta quando da ampliação de uma casa no contexto de Jerusalém no final do século XIX, foi escavada em meados do século XX. Para surpresa dos arqueólogos, alguns dados vieram à tona: o primeiro deles é que essa piscina faz parte de um complexo ligado ao santuário de Serápis (Asclépio) que era o deus associado à cura. Ela tem muito pouco (pelo menos o que foi escavado) haver com o ambiente estritamente judaico. Talvez, por isso, Jesus não mandou o homem mergulhar na piscina; ele o curou ali mesmo na borda. Este era um santuário do deus da cura, Asclépio, e parece ter muito mais relação com as guarnições multiétnicas romanas estacionadas em Jerusalém, o que não quer dizer que ele também não possa ter atendido a judeus helenizados[4]”.


O helenismo provocou uma intensa troca cultural, que veio a provocar grandes modificações na estrutura religiosa do povo judeu, entre esses elementos podemos assim observar a presença de cultos de deuses estrangeiros, enraizados no imaginário do povo que, como exemplo pode observar o aglomerado de pessoas que utilizavam o Tanque de Betesda fato esse comprovado pelos achados arqueológicos, o sitio arqueológico encontrado possuía mais de 5.000 m2 a importância das construções indica que se tratava de lugar público.


O local foi encontrado durante as reparações e escavações da Basílica Santa Ana em 1888 pelo professor arqueólogo, Dr. Conrad Shick, localizado atualmente no bairro Mulçumano em Jerusalém, no século I, segundo o historiador Flávio Josefo[5] esse bairro era chamado de Beseta[6] o Tanque ficava próximo da Porta das Ovelhas e da Fortaleza Antônia englobado pela terceira muralha construída inicialmente pelas ordens do rei Agripa I[7] (41-44 d.C.), muralha essa que teve sua construção embargada pelo Imperador Claudio no ano de 44 d.C. e finalmente completada no ano de 66 d.C. pelos judeus revoltosos.



Tanque de Betesda - Centro Cultural Jerusalém

Foram encontradas no local colunatas do estilo romano e uma pintura de um anjo agitando as águas que segundo os especialistas responsáveis pelo achado comprovam que essa pintura é do período dos imperadores romanos cristãos, fato esse comprovado pelos profissionais químicos atuais, responsáveis por estudos mais profundos utilizando a técnica do carbono 14.


Os romanos reutilizaram a estrutura e a aumentaram consideravelmente. Acrescentaram cisternas, bancos nas salas cobertas e, possivelmente, um altar para sacrifícios. O lugar era claramente um santuário onde se tomavam banhos de cura, sob a proteção de Serápis, como mostra as peças arqueológicas descobertas. Afrescos murais representando a cura; ex-voto comemorando as duas funções de Serápis (curas e salvamentos no mar); moedas reproduzindo a efígie de Serápis e da deusa Hígia, filha de Esculápio; uma representação mostrando Serápis como serpente com a cabeça de homem barbado. (CHRISTINE, p.18)


O Tanque de Betesda ficava localizado próximo a uma fonte que segundo registros,já tinha a função de abastecimento desde o período de Salomão como os mapas utilizados pela autora Karen Armstrong[8]. A primeira menção de ocupação da atual área de Jerusalém, remonta do século X a.C. pelo povo Jebuseu nesse período não tinha referências de águas subterrâneas a parte ocupada pelos Jebuseu se resumia a um elevado bem protegido e com a fonte de Gion.


No tempo de Davi e posteriormente no período de Salomão, a área foi estendida para a Eira de Araruna[9] mais ao norte o local onde seria erguido o 1º Templo e as fontes trazem a informação da construção da piscina de Siloé, um tanque que teria a sua história contada através dos milênios tendo nesse lugar também relatos de curas milagrosas.


O período do Asmoneus[10] sucedeu a um longo período de intervenção estrangeira a exemplo do cativeiro na Babilônia em 587 a.C. e depois com a dominação dos persas. Esse período foi marcado por um sincretismo da religião judaica, com os deuses da fertilidade e da cura que eram cultuados em fontes de águas que eram na realidade centros de cura, que reuniam assim enfermos que buscavam a libertação física e espiritual das enfermidades. O tanque nesse período (147 a.C. a 63 a.C.) recebeu o nome de um guerreiro asmoneu que lutou contra o domínio selêucida “Simão o Justo” filho de Judas Matatias[11] que prosseguiu contra os batalhões dos selêucidas que continuamente avançando sobre a Judéia e que por diversas vezes foram derrotados pelos exércitos mercenários dos reis judeus.


Há dois períodos distintos na vida do sitio: o período judaico e o período romano. O período judaico começou quando o sumo sacerdote Simão, filho de Onias (220-195 a.C.), construiu dois grandes reservatórios para o fornecimento de água ao Templo (cf. Eclo 50,3 e Carta de Aristéias). “Tais reservatórios não podiam, é claro, ser utilizados por doentes”. (PRIETO, p.18)


Herodes o grande (37 a.C.-4 d.C.) foi o grande construtor da Judéia assumiu o reinado sobre a região com o apoio do Senado romano em 37 a.C. e após a tomada da cidade de Jerusalém empreendeu seu mega projeto de transformar Jerusalém de uma simples área de dominação romana em uma das jóias do Oriente dando a cidade contornos de uma polis greco-romana. Nesse período segundoPietro, Herodes o Grande mandou construir um terceiro reservatório separando assim a ala dos doentes. No período de Herodes o Tanque de Betesda também era chamado de Tanque das Ovelhas devido à proximidade com a Porta das Ovelhas utilizadas nos sacrifícios.


Após a destruição do ano de 70 d.C. a cidade de Jerusalém foi ocupada pela X Legião romana a parte ocupada correspondia ao bairro da elite de Jerusalém o bairro da Cidade Alta que tinha como proteção o conjunto de torres (Fazael, Mariane e Hipicus) construídas também por Herodes o Grande. A X Legião ficou responsável pela ocupação da cidade destruída para impedir a sua ocupação o culto a Asclépio fora mantido por esses soldados que utilizavam as águas do Tanque para os banhos ritualísticos dedicados ao deus da medicina.


Transformada em uma cidade de porte reduzido Jerusalém passou a ser conhecida como Aelia Capitolina projeto de reconstrução empreendido pelo imperador Adriano e dedicada a Júpiter em 135 d.C. após a terceira revolta Judaica liderada por Simão Bar Kokhba[12] Jerusalém tem seu tamanho reduzido e assim o Tanque de Betesda que outrora fora consagrado a deuses semíticos como Eshmun, Sadrafa agora mais uma vez dava lugar ao deus sincretizado greco-romano Serapís-Asclépio.



Jerusalém destruída

Os semitas acreditavam na habitação de deuses ou de espíritos na águas e fontes. A fonte é manifestação da vida divina e, na literatura hebraica, vamos encontrar “anjos das águas” e “anjos dos rios”. A helenização da Palestina, apesar da resistência nacionalista e religiosa ortodoxa, abriu as mentalidades para o exterior e permitiu a implantação de tradições terapêuticas estrangeiras como, por exemplo, aquelas praticadas na Síria cuja influência foi muito forte. Os romanos retomaram e desenvolveram as atividades medicinais religiosas ao redor dos pontos de água. Temos sinais disso: banhos de Bethzatha foram aumentados; banhos de Tiberíades tinham grande reputação; em Gadara, na Decápole cerimônias religiosas, com grande concorrência de público, eram realizadas até o século VI d.C. (PRIETO, p. 20)


A narrativa bíblica em relação a cura de um homem coxo fora das águas da piscina, demonstra que Jesus interrompe uma crença pagã, crença essa que cultuava o semideus Asclépio filho de Apolo, cultuado pelas legiões romanas devido ao estado bélico desse império, os soldados moribundos apelavam para a clemência desse deus-médico para sobreviver às ferocidades das batalhas fato esse comprovado posteriormente pela sobrevivência do culto mesmo após a destruição da cidade após 70 d.C. onde a população de Jerusalém teve cinqüenta por cento da população assassinada pelas legiões e a parte restante entregue aos jogos de gladiatura e a escravidão.


Podemos assim concluir através dos séculos que a construção envolvendo o abastecimento de água com fontes também estava relacionados aos cultos pagãos ligados à cura. O sincretismo religioso iniciado nos primórdios da civilização hebréia em contato com as civilizações da Mesopotâmia foi ganhando força com a dominação dos babilônicos, dos persas e posteriormente dos helênicos assim no século I d.C. a naturalidade dos cultos pagãos de cura milagrosa coexistia com as atividades ligadas ao templo tendo uma forte oposição liderada pelos saduceus[13] que formavam a elite do Templo.


O verdadeiro sentido do tanque de Betesda

Existem inúmeros relatos e até mesmo muitas pregações á cerca do “TANQUE DE BETESDA.” Mas o que de fato este tanque representa? Qual é a sua verdadeira história?


As ruínas do tanque de Betesda, também chamado de PISCINA DE BETZATÁ, têm como localidade Jerusalém. A história bíblica relata a passagem de Jesus neste lugar.


Um pagão daquela época que adoecesse ia ao templo de Esculápio, o deus mitológico da saúde, ou ao santuário de sua filha Hígia, deusa também da saúde ( higiene ). Nesse suposto “hospital” ficavam uns dias, á espera do diagnóstico, por meio de um sinal ou dum sonho, sobre a evolução da doença ou sobre seu tratamento da mesma. Os sacerdotes de Esculápio normalmente eram ou pretendiam algum dia serem médicos.


Um pouco sobre Esculápio

"Na Mitologia Romana, Esculápio era filho de Apolo, o deus da medicina, segundo a lenda curava os doentes e ressuscitava os mortos. Na gíria da medicina os médicos são chamados de discípulos de Esculápio.

Ao lado do templo era erguido um outro edifício religioso de planta absidial, a qual tem sido atribuído o culto à deusa Vênus "deusa da beleza, nascida da espuma do mar na mitologia latina.


As Termas

Para servir a população e muito particularmente os peregrinos que afluíam ao santuário, Miróbriga dispunha de umas termas bem construídas, a partir do Séc.II d.C., e constituídas por dois edifícios utilizando no revestimento das paredes os mármores e a decoração de frescos.

Este complexo de estrutura, contemplam zonas de banhos frios (frigidarium) zonas aquecidas (tepidarium, caldarium) e a sala destinada a provocar a transpiração (o laconium).

As piscinas encontram-se rodeadas de placas de mármore cinzento, como o pavimento de algumas salas e uma decoração com pinturas a fresco.

Uma conduta ou esgoto geral dividia-se em vários canais, circundava todo o complexo termal e evacuava as águas das várias piscinas que se fazia através de canos de chumbo.

Sistema de aquecimento, parte das fornalhas e canalizações paralelas para condução de ar quente.


Os pavimentos destes compartimentos e as próprias canalizações eram suportados por arcos de tijolo que definem um espaço interior (hipocausto) [informações sobre Esculápio retiradas dos SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS do CONCELHO. "em Patrimônio Arqueológico" do Site da Câmara Municipal de Santiago de Cacem.]

Os arqueólogos chegaram ao descobrimento que na piscina de Betzatá, onde Jesus curou o paralítico, havia um santuário pagão de Esculápio. A inclusão da lenda contextual: “Porque de tempos em tempos descia á piscina o anjo do Senhor e agitava a água. E o primeiro á entrar nela ficava curado de qualquer doença que padecesse.” (João 5:4) Fato o qual a própria ciência já desvendou que um fenômeno natural emitia gases que ocasionavam em borbulhas na superfície das águas de hora em hora. Considera-se hoje como a reminiscência duma pratica pagã adaptada pela população local. A grande parte desta população agregava 60% de hebreus politeístas (adoravam dois deuses ou mais), com dedicação á crenças e tradições da época.

Atualmente existe uma maquete de restituição deste tanque exposta no Hotel Holyland em Israel o qual identifica estes detalhes.


Qual o verdadeiro sentido do tanque de Betesda?

Contudo, constatamos que, o tanque nada mais era que uma espécie de “Aparecida do Norte” de sua época. Judeus que acreditavam em algo obviamente inexistente.

O verdadeiro sentido desta mensagem é totalmente relacionado ao fato de Jesus estar passando por ali. Se Jesus não passasse por Betesda, a mesma nem mesma seria inclusa ao texto bíblico, mas de fato os autores notaram a importância desta mensagem, a qual poderia nos ajudar muito nos dias de hoje!

Enquanto o povo ficava de hora em hora esperando por um movimento nas águas, (os quais não relatam de fato ter tido êxito em curas) o próprio Deus andava entre eles. Enquanto seus olhos estavam fixados num tanque em busca de uma cura física, a própria Cura andava entre eles. Isso demonstra o quanto o povo apegava-se nos valores físicos, procurando a necessidade de materializar algo para que pudessem acreditar na cura.

Jesus mostra que as velhas práticas somente têm valor histórico, Ele muda todas as coisas.

Jesus mostra-nos que os sacrifícios do Antigo testamento não são mais necessários. Não existe mais a necessidade de mergulhar sete vezes para receber a cura, é simples, puramente simples, apenas levante e ande!

Até hoje temos visto o povo que padece por esperar em algo que nunca lhe proporcionará realmente um milagre. Tantos como aquele aleijado assentados a beira de uma lenda, esperando com que ela se torne verdadeira. O paganismo vêm cegando vidas em torno de todo o mundo. Dentro da própria Igreja podemos enxergar tudo isso!

A intenção e fundamento deste texto não é fazer com que sua fé seja amornecida ou apagada, o verdadeiro sentido deste texto é levar a sua fé na direção correta. Direcione sua fé naquele que anda em nosso meio até os dias de hoje, o verdadeiro Cristo que está vivo para sempre! Deixe de esperar que alguém te ajude á levantar quando Jesus já está estendendo suas mãos em seu favor á muito tempo! A verdadeira oportunidade não era daquele que lançava-se nas águas após o movimento dela, a verdadeira oportunidade era daquele que lançava-se nos braços de Cristo o verdadeiro Salvador.

Você já teve esta oportunidade hoje? Então o que faz aí parado?

LEVANTE-SE E ANDE!

Jesus provou que o deus da cura não é Esculápio e sim Ele mesmo, o Senhor Jesus!

curiosidade sobre o tanque de siloé


Arqueologia desvenda mistério do Antigo Testamento
Cientistas israelense atribuem 'certidão de nascimento' ao túnel bíblico de Siloé.

O ano é 1880 e o cenário a histórica Jerusalém. Dois jovens resolvem trocar a aula tediosa pelo banho refrescante em um tanque onde desemboca um antigo túnel. Durante o mergulho, eles encontram sinais semelhantes a fragmentos de texto inscritos na parede da estrutura. De volta à superfície, os meninos são surpreendidos pelo inspetor do colégio e, para escapar à punição, revelam a 'novidade'. Os sortudos perdem o dia de aula, se salvam do castigo e, de quebra, ainda prestam um grande favor à humanidade: desenterra a história do túnel bíblico de Siloé, escondida em meio a detritos e escombros.
"Ora, o restante dos atos de Ezequias, e todo o seu poder, e como
fez a piscina e o aqueduto, e como fez vir a água para a cidade,
porventura não estão escritos no livro das crônicas dos reis de Judá?
II Reis
, 20: 20 

O que eles não sabiam é que, além da pedra, muita polêmica também seria desenterrada dali. O motivo da discórdia estava naquela inscrição. Melhor, não estava. O texto relatava etapas da construção do túnel mas não mencionava o nome do rei Ezequias, governador de Judá entre os séculos 8 e 7 a.C. Ele é citado na Bíblia -- nos livros de Reis e Crônicas -- como autor da obra. No entanto, com base nesse texto e na análise do tipo de construção, alguns arqueólogos passaram a afirmar que o túnel seria cerca de quinhentos anos mais novo do que relata o livro sagrado do cristianismo.
A história precisou de mais de um século até que três cientistas israelenses revelassem a verdadeira identidade do túnel de Siloé. Amos Frumkin, Aryeh Shimron e Jeff Rosembaum, arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém, desvendaram o mistério com o auxílio de dois métodos de datação arqueológica: a radiometria e a análise de carbono 14. O resultado do trabalho está na revista Nature de 11 de setembro.
Com mais de meio quilometro de extensão, o túnel de Siloé abastecia a parte sul da antiga Jerusalém. Ele levava água da Fonte da Virgem, situada nos arredores da cidade, até o tanque de Siloé, onde, oito séculos mais tarde, um cego teria sido curado por Jesus. Do cenário descrito no Antigo Testamento restaram o tanque e partes do túnel -- além da controvérsia.
O mistério só foi resolvido quando os arqueólogos deixaram de lado a análise da inscrição para se concentrar na datação do túnel com as técnicas de carbono 14 e radiometria. Os resultados identificaram que a obra havia sido construída por volta de 700 a.C., assim como relata a Bíblia. "Não é um método ou outro de análise, mas o cruzamento dos dados obtidos por cada um o que torna a avaliação mais precisa. Quanto mais técnicas utilizadas, menor a chance de erro", diz Rodrigo Silva, especialista em arqueologia bíblica pela Universidade Hebraica de Jerusalém e curador do museu Paulo Bork, o único do gênero na América Latina, situado na região de Campinas (SP).
Caso encerrado, seguem os trabalhos para desvendar o restante dos fatos históricos relatados na Bíblia que só encontram testemunho nas letras desse livro sagrado. Uma tarefa que exigirá dos cientistas paciência, cooperação e fé. Como ensina a religião.

Uma história de milhares de anos :
"Eis que reinará um rei com justiça, e dominará os príncipes segundo
o juízo. E será aquele homem como um esconderijo contra o vento, e
um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares
secos, e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta."
 
Isaías, 32: 1-2

Ezequias foi um dos mais importantes monarcas de Judá. Ele governou a região na transição entre os séculos 8 e 7 a.C e tinha 25 anos quando se tornou rei no lugar de Acaz, seu pai. Entre seus atos como imperador destacaram-se a reabertura do templo de Salomão, fechado desde o governo anterior, a restauração da festa de Páscoa como feriado oficial no calendário judeu, o enfrentamento dos exércitos assírios e a implementação de uma série de reformas em Jerusalém, que culminaram na construção do túnel de Siloé.

Até então, tudo o que se sabia do túnel vinha do estudo das inscrições contidas em sua parede. A construção só teve sua idade determinada graças à combinação de duas técnicas de datação.

A primeira é a análise do carbono, que consiste na queima de partes orgânicas encontradas junto a um objeto -- pedaços de planta ou ossos, por exemplo. O método permite saber o percentual aproximado desse elemento num organismo comparado com a época em que ele era vivo.

Isso só é possível porque, quando morremos, nosso corpo pára de trocar carbono com o ambiente -- o que, durante a vida, ocorre por meio da respiração. Com a morte, a quantidade de carbono diminui gradualmente em quantidade previsível. Assim, é possível estimar com boa dose de precisão a ’idade’ de um achado, desde que ele apresente resquícios orgânicos.

No caso em questão, a dificuldade dos arqueólogos, até aqui, era encontrar esses vestígios, já que o túnel estava revestido por uma camada grossa de reboco. O bloqueio só foi vencido com a perfuração da parede em diversos pontos, que permitiu encontrar fragmentos de planta em ótimo estado de conservação.

Esses fragmentos foram submetidos à datação de carbono e seus resultados confirmados com o auxílio da técnica de datação radiométrica, em que elementos radioativos como o tório e o urânio sensibilizam partes do material orgânico. As análises demonstraram que, pela quantidade de carbono remanescente, era possível afirmar que a planta e, portanto, o túnel eram mesmo de, aproximadamente 700 anos a.C.

Outros métodos de datação muito adotados são a estratigrafia -- determinação da idade de um local pela quantidade de camadas uma sobre a outra, supondo-se que cada uma delas tenha sido formada em uma época diferente --, a seriação -- avaliação de objetos encontrados juntos, mas pertencentes a épocas distintas -- e, finalmente, a paleografia -- análise comparativa do estilo de escrita encontrada em uma superfície.

O trabalho dos pesquisadores israelenses remete à arqueologia bíblica, ramo da ciência que se vale de objetos achados em escavações para verificar a existência de personagens e cenários descritos nas escrituras. Além do túnel de Siloé, ela já identificou outros fatos e objetos descritos na Bíblia, como o caixão de Tiago, o código de Hamurabi e a existência de Pôncio Pilatos, que teria ordenado a crucificação de Jesus. As evidências estão catalogadas em museus de países como EUA, Inglaterra, Turquia e o próprio Brasil.

Na conturbada relação entre ciência e religião, a arqueologia bíblica aparece como um interessante caminho para aproximar esses dois campos historicamente tão divergentes. Que o diga Galileu.
Este é o tanque de Siloé, no qual o cego devia lavar os seus olhos para recuperar a visão. Como nos tempos de Jesus, a água vem para o tanque por um túnel cavado em 700 A.C. pelo rei Ezequias para abastecer de água Jerusalém durante os cercos dos assírios (II Reis 20:20 - "Quanto aos mais atos de Ezequias, todo o seu poder, como fêz o açude e o aqueduto e trouxe água para dentro da cidade, porventura não está escrito no livro da história dos reis de Judá?" e II Crônicas 32:30 - "Também o mesmo Ezequias tapou o manancial superior das águas de Giom, e as canalizou para o ocidente da cidade de Davi. Ezequias prosperou em toda a sua obra".