TIPOLOGIA: CONSIDERAÇÕES
GERAIS
A palavra
"tipologia" é de origem grega. Deriva-se do substantivo typos, termo
usado no mundo antigo para indicar a) à marca de um golpe; b) uma impressão, a
marca feita por um cunho - daí o sentido de figura, imagem e c) modelo ou
padrão, que é o sentido mais comum na Bíblia.
Na Bíblia o modelo é
usado em dois sentidos distintos: (1) a correspondência entre duas situações
históricas, tais como Adão e Cristo (cf. Rm 5.12-21); (2) a correspondência
entre o padrão celestial e seu equivalente terrestre. Exemplo: o original
divino por trás do tabernáculo terrestre (At 7.44; Hb 8.5; 9.24). Há várias
categorias - pessoas (Adão, Melquisedeque), eventos (o dilúvio, a serpente de
bronze), instituições (festas), lugares (Jerusalém, Sião), objetos (altar de
holocaustos, incenso), ofícios (profeta, sacerdote, rei). "A tipologia
bíblica, portanto, envolve uma correspondência análoga em que eventos, pessoas
e lugares anteriores na história da salvação tornam-se padrões por meio dos quais
eventos posteriores, pessoas, etc. são interpretados" (G. R. Osborne).
Além dos conceitos
mencionados acima, também existe o uso paralelo de figuras de linguagem,
juntamente com os tipos, para indicar um exemplo moral a ser seguido. Todos os
crentes como tais, devem considerar-se modelos ou padrões da vida que se
assemelha à de Cristo.
É relevante fazer uma distinção entre tipo e símbolo. Embora ambos indiquem alguma coisa, diferem em pontos importantes.
É relevante fazer uma distinção entre tipo e símbolo. Embora ambos indiquem alguma coisa, diferem em pontos importantes.
Símbolo é um sinal.
Tipo é um modelo ou imagem de alguma coisa.
O símbolo refere-se a alguma coisa do passado, presente ou futuro.
O tipo sempre
prefigura uma realidade futura.
Podemos resumir esses quatro pontos dizendo que "O símbolo é um
fato que ensina uma verdade moral. O tipo é um fato que ensina uma verdade
moral e prediz a realidade daquela verdade" (Davidson).
É preciso dizer ainda que os tipos do Antigo Testamento eram ao mesmo
tempo símbolos (no sentido que comunicavam verdades espirituais aos seus
contemporâneos), pois sua significação simbólica podia ser entendida antes de
sua significação tipológica ser determinada.
A tipologia é o estudo das figuras e símbolos da Bíblia, com os quais
Deus procura mostrar, por meio de coisas terrestres as coisas espirituais.
Visto a incapacidade da mente humana de compreender as coisas divinas, nos
mesmos termos encontramos no Antigo Testamento Deus falando das glórias
celestiais através de coisas terrestres, ou seja, TIPOS.
Existe uma relação profética muito
interessante entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Essa relação
analógica (analogia = semelhança entre coisas diferentes) entre os símbolos e
personagens do Antigo Testamento e aos elementos do Novo Testamento é chamada
de tipologia bíblica.
Agostinho estava absolutamente correto em seu dito famoso: “O Novo
Testamento está oculto no Antigo Testamento, e o Antigo é revelado no novo”.
Os materiais usados para a entrada do pátio do Tabernáculo eram de fios:
azul, púrpura, e escarlate e tecido de linho finíssimo.
A altura da entrada era 2.25 m (7.4 pés), e sua largura era mais ou
menos 9 m (30 pés). Era uma tela tecida de fios azul, púrpura, e escarlate e
tecido de linho finíssimo, que estava presa a quatro colunas. De tal forma, que
sempre que alguém tentasse entrar no pátio do Tabernáculo, ele/ela podia
facilmente encontrar sua entrada.
Os materiais de fios azuis, púrpura, e escarlate e o tecido de linho
finíssimo usados para a entrada do Tabernáculo manifestavam que Deus nos
salvaria de todos os nossos pecados pelas quatro obras de Seu Filho Jesus.
Primeira, que o fio azul nos mostra? Mostra-nos uma parte da verdade em
Jesus, que se tornou o Messias real dos pecadores, vindo a esta Terra e tomando
os pecados do mundo recebendo Seu batismo por João. De fato, este batismo que
Jesus recebeu de João no Rio de Jordão é a verdade de Jesus de que tomou todos
os pecados do mundo de uma vez para todas. Jesus realmente eliminou todos os
pecados do mundo sobre Si sendo batizado por João Batista, o representante de
toda humanidade. Porque os pecados de todo foram dessa forma passados sobre a
própria cabeça do Cristo, quem crê nesta verdade não tem nenhum pecado em seu
coração.
Segundo qual é o significado real do fio púrpura tecido na entrada do
pátio do Tabernáculo? Diz a nós que Jesus é o verdadeiro Rei dos reis. Jesus,
de fato, fez o universo, Ele mesmo é o Criador, não uma criação, e é o
verdadeiro Messias que veio a esta Terra. Ele, o Messias, realmente veio a esta
Terra já na semelhança de homem. E pelo levar todos os pecados do mundo sobre
Seu próprio corpo através do batismo recebido por João, e com Seu sacrifício,
morte e ressurreição, Jesus salvou a todos os que reconheceram, temeram, e
creram Nele como o Messias, de todos os seus pecados e do julgamento do pecado.
Jesus é de fato nosso Deus e Messias absoluto. Ele é o Salvador
absoluto. Porque Jesus levou todos nossos pecados sobre Ele com Seu batismo,
pelo derramamento de sangue e morte na Cruz e ressuscitando de Sua morte, Ele
não só eliminou todos nossos pecados, mas Ele também recebeu o julgamento do
pecado delegado a nós em nosso lugar.
A fio escarlate, em terceiro lugar, refere-se ao sangue que Jesus
derramou na Cruz, e seu significado é que Cristo deu nova vida àqueles que
crêem. Esta verdade do fio escarlate diz a nós que Jesus Cristo não só recebeu
o julgamento de nossos próprios pecados tomando os pecados do mundo sobre Ele
mesmo com Seu batismo recebido por João, mas Ele também deu nova vida aos que
crêem concedendo a vida - dando fé a aqueles que morreram para o pecado. Para
aqueles que crêem em Seu batismo e no sangue que Ele derramou Jesus realmente
deu vida nova.
O que, então, significa o tecido de linho finíssimo? Manifesta que com o
Novo Testamento, Deus cumpriu Sua promessa de salvação escrita no Antigo
Testamento. E ele diz a nós isto quando Jesus tomou todos os pecados do mundo
nele Mesmo com Seu batismo e foi julgado pelos nossos pecados na Cruz no Novo
Testamento, Ele cumpriu a salvação que Deus prometeu aos Israelitas e a nós com
Sua Palavra de salvação.
Deus Yahweh disse em Isaías 1:18, " Vinde, pois, e arrazoemos, diz
o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão
brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão
como a lã." Também, o sistema de sacrifício do Antigo Testamento
orientando como os sacrifícios são oferecidos no Tabernáculo, sob que os
pecados do povo de Israel foram passados sobre o cordeiro de sacrifício com a
imposição das mãos, era a promessa que Deus fez para os Israelitas e a nós.
Isto foi revelação de Deus da promessa que Ele salvaria todas as pessoas do
mundo de seus pecados diários e anuais pelo Cordeiro de Deus no futuro.
Isto também foi o sinal dos Messias prometido a vir. Então no período do
Novo Testamento, quando Jesus Cristo tomou todos os pecados do mundo nele Mesmo
todos de uma vez recebendo Seu batismo de acordo com o método do Antigo
Testamento, foi à realização da salvação de Deus. Tendo dado a nós toda Sua
Palavra de promessa, Deus nos mostrou que Ele realmente as cumpriu todas,
exatamente como Ele prometeu. O batismo que Jesus recebeu manifesta esta
verdade, de que o Deus da salvação cumpriu toda a Sua promessa divina.
Pr. Rodrigo M. de Oliveira
SIMBOLISMO E TIPOLOGIAS
A maioria dos estudiosos concorda
que no Antigo Testamento existem tipos que são posteriormente, no Novo
Testamento, especificados e declarados. Os dois Testamentos se correlacionam
por meio destas prefigurações e tipos. O Novo Testamento considera que alguns
personagens, elementos e fatos do Antigo Testamento são prefigurações do que
ainda estava por vir.
Porém, os intérpretes se dividem
quanto à freqüência com que isto pode ocorrer. Alguns dizem que praticamente
todo o Antigo Testamento é prefiguração do Novo. Por exemplo, a quem diga que
as dobradiças do templo de Salomão representavam as duas naturezas de Cristo.
Outros defendem que os tipos estão explicitamente identificados, ou ainda
implicitamente. Há quem afirme também que tipos são apenas os que o Novo
Testamento afirma ser, ou seja, bem claro e explícito. E ainda há aqueles que
dizem não haver tipos de quaisquer espécies na Bíblia.
Que elementos do Antigo Testamento devemos aceitar
como sendo tipos prefigurados do Novo Testamento? Que regras devemos seguir
para interpretá-los?
1. Termos
do Novo Testamento associados aos tipos
O termo “tipo” vem do grego typos, e aparece 15
vezes no Novo Testamento. E ganhou diversas traduções como se segue abaixo:
“…vir o sinal dos cravos nas mãos…” (Jo. 20:25)
“…figuras que vós fizestes para adorá-las…” (At. 7:43)
“…disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto” (At. 7:44)
“E escreveu-lhe uma carta nestes termos:” (At. 23:25)
“…da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir.” (Rm. 5:14)
“…obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues” (Rm 6:17)
“Ora, estas coisas nos foram feitas para exemplo…” (1 Co 10:6)
“…aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós” (Fp. 3:17)
“De sorte que vos tornastes modelo para todos…” (1 Ts. 1:7)
“…mas para vos dar nós mesmos exemplo, para nos imitardes.” (2 Ts. 3:9)
“…mas sê um exemplo para os fiéis na palavra…” (1Tm. 4:12)
“Em tudo te dá por exemplo de boas obras…” (Tt. 2:7)
“os quais servem àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais […] faze conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hb. 8:5)
“…mas servindo de exemplo ao rebanho. ” (1 Pe. 5:3)
“…figuras que vós fizestes para adorá-las…” (At. 7:43)
“…disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto” (At. 7:44)
“E escreveu-lhe uma carta nestes termos:” (At. 23:25)
“…da transgressão de Adão o qual é figura daquele que havia de vir.” (Rm. 5:14)
“…obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues” (Rm 6:17)
“Ora, estas coisas nos foram feitas para exemplo…” (1 Co 10:6)
“…aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós” (Fp. 3:17)
“De sorte que vos tornastes modelo para todos…” (1 Ts. 1:7)
“…mas para vos dar nós mesmos exemplo, para nos imitardes.” (2 Ts. 3:9)
“…mas sê um exemplo para os fiéis na palavra…” (1Tm. 4:12)
“Em tudo te dá por exemplo de boas obras…” (Tt. 2:7)
“os quais servem àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais […] faze conforme o modelo que no monte se te mostrou” (Hb. 8:5)
“…mas servindo de exemplo ao rebanho. ” (1 Pe. 5:3)
Notemos que em todos estes casos
a palavra typos foi usada com a idéia de correspondência ou semelhança. Um
devia combinar com o outro.
Em cada um desses versículos um
elemento corresponde ao outro.
A contrapartida do tipo , a parte correspondente, é chamada de antítipo, ou seja, correspondente ao tipo.Vamos examinar 1 Pedro 3:21. Neste versículo aprendemos que o batismo é um antítipo do dilúvio, ou seja, o dilúvio serviu como tipo, modelo, prefiguração do batismo. Nos dois casos a palavra significa julgamento; o dilúvio significou a morte para os perversos, e o batismo nas águas significa a morte de Cristo e a identificação do crente com ela. Notemos que a idéia de semelhança está presente.
A contrapartida do tipo , a parte correspondente, é chamada de antítipo, ou seja, correspondente ao tipo.Vamos examinar 1 Pedro 3:21. Neste versículo aprendemos que o batismo é um antítipo do dilúvio, ou seja, o dilúvio serviu como tipo, modelo, prefiguração do batismo. Nos dois casos a palavra significa julgamento; o dilúvio significou a morte para os perversos, e o batismo nas águas significa a morte de Cristo e a identificação do crente com ela. Notemos que a idéia de semelhança está presente.
Examinemos agora Hebreus 9:24.
Somos esclarecidos que o santuário, ou santo dos santos no tabernáculo, era um
cópia do verdadeiro tabernáculo nos céus.
Em 1 Timóteo 1:16 vemos que a
completa longanimidade de Cristo, na vida de Paulo, serviria de exemplo para os
que viessem a crer nele. Paulo usou o mesmo termo em 2 Timóteo 1:13.
Temos dois significados associados:
1- Exemplo ou modelo a ser seguido:
“Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos
fiz, façais vós também.” (Jo. 13:15)
“…para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência.” (Hb. 4:11)
2- Sombra: Assim como uma sombra é a imagem
produzida por um objeto, assim certos elementos do Antigo Testamento eram um
esboço das coisas que haveriam de vir. Aparece três vezes no Novo Testamento
com este sentido figurado.
“os quais servem àquilo que é figura e sombra das
coisas celestiais…” (Hb. 8:5)
“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas…” (Hb. 10:1) “…que são sombras das coisas vindouras…” (Cl. 2:16-17)
“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas…” (Hb. 10:1) “…que são sombras das coisas vindouras…” (Cl. 2:16-17)
Uma sombra é algo vago ou
transitório, mas também representa certa semelhança.
Cada um desses significados
contém a idéia de correspondência ou semelhança. Porém nem sempre um tipo
oficial no Antigo Testamento prefigura algo no Novo Testamento. Muitas vezes o
sentido é de padrão ou modelo a ser seguido.
QUANDO
O TIPO É TIPO?
SEMELHANÇA
A primeira característica de um
tipo é a sua semelhança ou correspondência com o antítipo. Mas não devemos
pensar de que se trata de uma correspondência superficial. Deve ser algo
natural, e não uma correspondência forçada. Vimos nos exemplos anteriores a
existência de uma semelhança concreta. Porém, nem tudo que possui um elemento
correspondente é um tipo, embora a relação de semelhança e correspondência deva
estar obrigatoriamente presente em todos os tipos. Existem inúmeros elementos
no Antigo Testamento que encontram correspondência no Novo, mas não são tipos
necessariamente. Os fatores que apresentamos a seguir também são importantes para
a caracterização de determinação de um tipo.
REALIDADE HISTÓRICA
Os fatos, personagens ou
elementos do Antigo Testamento que são tipos de coisas do Novo possuíram
realismo histórico, ou seja, realmente existiram e os fatos foram reais e
testemunhados, não foi uma coisa imaginária. Quando em nosso estudo da Bíblia
nos deparamos com um tipo não devemos inventar ou procurar significados
ocultos. Devemos nos concentrar nos fatos históricos, pois o tipo deve surgir
naturalmente no texto, ao invés de ser algo que o intérprete acrescente no
texto. O tabernáculo é um tipo (conforme Hb. 8:5), mas isso não significa que
cada detalhe de sua construção represente de alguma forma, uma verdade
neotestamentária.
PREFIGURAÇÃO
Os tipos são uma forma de
profecia, pois contém traços de predição e simbolismos. O tipo é uma sombra que
indica outra realidade (Cl. 2:17). O tipo sempre aponta para frente. Então quer
dizer que as personagens do Antigo Testamento sabiam que diversas coisas eram
tipos? Quando os israelitas matavam os cordeiros, eles sabiam que isso
simbolizava Cristo, a quem João Batista referiu-se como “Cordeiro de Deus” (Jo.
1:29) ? Será que Melquisedeque sabia que ele representava a Cristo (Sl. 110:4;
Hb. 6:20)?
É muito improvável que tivessem
consciência dos antítipos (representação futura do tipo) e provavelmente não
tinham pleno conhecimento destas relações entre tipos e antítipos. O fato de
alguns fatos e personagens fossem tipos isso não quer dizer que as pessoas
dessa época reconhecessem essa natureza representativa.
ELEVAÇÃO
Na tipologia, o antítipo é sempre
mais importante do que o tipo correspondente. Cristo é superior a
Melquisedeque, a obra redentora de Jesus é superior à páscoa celebrada pelos
judeus. Muitos aspectos do Novo Testamento ilustram verdades do Novo, mas se
não houver esta elevação não se trata de tipos.
PLANEJAMENTO DIVINO
Os tipos não são meras
ilustrações para que os leitores da Bíblia prestem mais atenção aos fatos. Na
verdade esta correspondência foi planejada por Deus. O tipo foi idealizado por
Deus para apresentar uma similaridade com o antítipo, que por sua vez foi
criado por Deus para ser o “cumprimento” do tipo. Podemos crer que houve um
planejamento de Deus, pois se passaram muitos séculos até que o antítipo
pudesse “cumprir” aquilo que o tipo representava.
Na questão da interpretação dos
tipos muitos estudiosos assumem posições diversas, conforme abaixo:
1- Tipos são apenas os que se encontram expressos
no Novo Testamento
2- Tipos estão explícitos, mas também podem estar
implícitos, não declarados.
Devemos ter o cuidado de não
cairmos no mesmo erro de alguns intérpretes, de enxergar tipos implícitos (se
assim existirem) na Bíblia, gerando mais alegorias e interpretações errôneas da
Bíblia. Não devemos confundir as figuras de linguagem, vistas anteriormente,
com os tipos, que estamos estudando.
Nos tópicos seguintes vamos
estudar como descobrir quais personagens, fatos e elementos devem ser tratados
como tipos. Vamos descobrir com que finalidade Deus criou os tipos.
OS
TIPOS DEVEM SER ENCARADOS COMO TIPOS NO NT?
Dadas as cinco características
acima temos ainda de definir se os tipos são tanto os implícitos como
explícitos ou apenas os expressamente declarados no NT. Devemos ter em mente
que apenas correspondências não satisfazem a condição para se constituir um
tipo. Sempre levemos em consideração o aspecto profético e o planejamento
divino.
Um exemplo. Muitos estudiosos acreditam que Salomão
simbolizasse Cristo. Podemos realmente afirmar que Deus nos conta a história de
Salomão para retratar a Cristo?
Podemos claro, perceber algumas
analogias e semelhanças, mas onde estão o aspecto profético e o planejamento
divino?
Então como podemos estabelecer um
limite para que simples semelhanças ou mesmo ilustrações não passem a ser
entendidas como tipo?
Podemos estabelecer que o NT
especifique claramente quais personagens e elementos do AT são prefigurativos
do NT. O texto do NT deve indicar de alguma forma que determinado elemento ou
personagem seja um tipo válido, ou de outra forma, deve ser rotulado. Ao
contrário, as ilustrações e analogias podem ser mais facilmente identificáveis
pelos estudiosos.
Um tipo pode ser definido como
uma personagem ou acontecimento do AT que Deus planejou (projetou) para
prefigurar ou preparar outro personagem ou acontecimento no NT.
Agora, uma ilustração é um
acontecimento ou personagem que retrata uma verdade espiritual, com
naturalidade e espontaneidade, sem, no entanto, ser declarado como tipo no NT.
Com base nisso podemos, por
exemplo, dizer que a Arca de Noé não é um tipo da Igreja, mas pode ser
facilmente ilustrada como tal. Podemos dizer que o profeta Elias ilustra um
homem de oração, conforme Tiago nos diz em seu livro no capítulo 5 verso 17.
Devemos ter cuidado, pois uma
simples analogia não deve ser entendida como um tipo.
Vejamos um comparativo entre Tipo, Ilustração e
Alegoria na tabela 01.
Notemos que na Ilustração e
Tipologia a realidade histórica é considerada, ao passo que na Alegorização
este aspecto é descartado. A alegoria geralmente é apenas fruto da imaginação
de seu intérprete.
QUE
TIPOS SÃO VÁLIDOS?
Precisamos fazer as seguintes perguntas para
sabermos quais os tipos válidos nas escrituras:
1. Existe semelhança clara entre o tipo e o
antítipo? O tipo apresenta exatamente os mesmos fatos, princípios e relações
que o elemento do NT correspondente?
2. O antítipo está de acordo com o contexto
histórico do tipo?
3. O tipo é uma prefiguração ou prenunciação do
antítipo? Ou não passa de um exemplo? O tipo aponta para o futuro?
4. O antítipo eleva ou “cumpre” o tipo, sendo ainda
superior?
5. Conseguimos ver o propósito divino na relação
tipo-antítipo?
6. O NT especifica de alguma forma o tipo e o
antítipo?
5 Quais
as etapas para a interpretação dos símbolos?
1. Descobrir o sentido literal do tipo.
2. Reparar no ponto de correspondência entre o tipo
e o antítipo.
3. Reparar nos elementos de contraste, para evitar
caracterizá-los como aspectos do tipo.
4. Prestar bastante atenção às afirmações do NT que
confirmem a correspondência tipológica.
POR QUE
SE PREOCUPAR COM A TIPOLOGIA?
Embora a princípio este estudo de
tipologia aparentemente não seja tão útil ele é importante para vermos a mão de
Deus durante toda a história da humanidade. Podemos com este estudo constatar
que Deus planejou cada acontecimento e usou algumas pessoas e acontecimentos
para retratar aspectos de Cristo e seu relacionamento com a igreja. E por que
não dizer também para nos defender das heresias que tentam entrar em nossas
igrejas?
Quando usamos os seis critérios
de identificação dos tipos temos instrumentos mais precisos para interpretar o
Antigo Testamento, e desta forma não ficamos de frente a um mar de incertezas
sobre o que Deus quis realmente nos transmitir.
A
COMPREENSÃO DOS SÍMBOLOS
EM QUE CONSISTE UM
SÍMBOLO?
Símbolo é uma figura, marca ou
sinal que representa ou substitui outra coisa. Lembremos que o tipo representa
um elemento futuro, mas o símbolo não está preso à idéia de tempo. Em um dado
momento na história, o tipo tem seu cumprimento, ou seja, aquilo que ele
representava no AT já se cumpriu no NT. Por exemplo, o tabernáculo no deserto
representava a Cristo, era tipo de Cristo. Nenhum outro tabernáculo lembrava ou
falava de Cristo. Agora quando dizemos que um leão representa a Cristo,
qualquer leão pode significar isto, pois são as características do leão que são
mencionadas e não os aspectos proféticos.
QUAIS PRINCÍPIOS
APLICAM-SE NA INTERPRETAÇÃO DOS SÍMBOLOS?
1- Reparar nos três fatores da interpretação de
símbolos: o objeto (símbolo), o referente (elemento simbolizado) e o
significado (semelhança entre símbolo e referente) – Em I Jo 1:29, o cordeiro
(objeto) identifica a Cristo (referente) e o significado é que Cristo serviu de
sacrifício como muitos outros cordeiros.
2- Lembrar-se de que os símbolos são fundamentados
na realidade. – Quando se diz que Cristo é um cordeiro ou leão, não quer dizer
que Cristo seja literalmente um cordeiro ou leão. Mas, como estes animais
existem é possível estabelecermos uma correspondência entre estes animais e
Cristo. Nas passagens proféticas, muitas vezes os símbolos são fundamentados na
imaginação ao invés dos fatos. Vejam Ap. 17:3 e Dn. 7:6. Porém estes símbolos
têm elementos reais.
3- Descobrir qual o significado ou semelhança, se
existente, o texto atribui de forma explícita ao referente – Quando existe u
símbolo em uma profecia, o texto geralmente o indica. Por exemplo, em Ap. 9:1,
a estrela que caiu do céu é identificada no verso 2 como “ele”. Comparando com
Ap. 20:1, parece não restar dúvida de que se trata de um anjo. O dragão do verso
2 é identificado com Satanás.
4- Se o versículo não indicar a semelhança,
consultar outras passagens e verificar qual a característica principal entre o
símbolo e o referente. – João referiu-se a Cristo como “o Cordeiro de Deus”,
sem, contudo, explicar a semelhança.
5- Tomar o cuidado de não atribuir ao referente a
característica errada do símbolo – Um leão é forte e feroz, mas apenas sua
ferocidade está relacionada a Satanás (I Pe. 5:8). A sua força refere-se a
Cristo (Ap. 5:5) .
6- Procurar o elemento principal de semelhança –
Resista à tentação de traçar muitos paralelos entre o símbolo e o elemento que
simboliza.
7- Entender que um elemento principal pode ser
representado por vários símbolos. – Cristo é simbolizado por um leão, cordeiro,
um ramo, raiz, etc. O Espírito Santo é simbolizado pela água, pomba, vento,
azeite.
8- Na literatura profética, não presumir que, pelo
fato de da profecia conter alguns elementos simbólicos, tudo mais na profecia
seja também simbólico. – Em apocalipse 19:19, a “besta” é um símbolo, porém “os
reis da terra, com seus exércitos” não deve ser encarado como símbolo. No
versículo 15 a espada que sai a boca de Cristo é um símbolo de seu juízo, mas
isso não quer dizer que as nações citadas devam ser encaradas como símbolos também.
9- Na literatura profética, não transformar em
símbolos as descrições de fatos que sejam prováveis ou plausíveis. – Em
Apocalipse 8:12 diz que um terço do sol, da lua e das estrelas serão feridos e
escurecerão. Como se trata de um fato plausível, isto não deve ser interpretado
como um símbolo. Em Apocalipse 9, os gafanhotos que saíram do abismo devem ser
entendidas ao pé da letra, pois o fato de gafanhotos, ou criaturas parecidas
com gafanhotos, saírem do abismo é plausível. No passado esta passagem foi
interpretada como símbolo dos turcos invadindo Israel.
ALGUNS EXEMPLOS DE SÍMBOLOS NA BÍBLIA
Hoje em dia também temos
simbolismos em nossas igrejas. O batismo e a ceia são dois deles. O batismo
simboliza a identificação do cristão com a morte, sepultamento e ressurreição
de Cristo. Quando participamos da ceia estamos simbolicamente proclamando a
morte de Jesus, o pão simboliza seu corpo que foi partido na cruz e o cálice
simboliza seu sangue que foi derramado para remissão dos pecados.
NÚMEROS SIMBÓLICOS
Alguns números nos transmitem
determinantemente as idéias pelo fato de estarem sempre associados a alguns
eventos específicos. Por exemplo, o número 7, é freqüentemente associado à
perfeição.
Gn 2:2, 3
Ap. 1:12
Ap. 4:5
Ap. 5:1
Ap. 8:1
Ap. 1:12
Ap. 4:5
Ap. 5:1
Ap. 8:1
O número 40 costuma ser relacionado com provação.
40 anos
de Moisés em Midiã (At. 7:29,30)
40 anos de Israel no deserto (Nm. 32:13)
40 dias que Jesus foi tentado (Lc. 4:2)
40 anos de Israel no deserto (Nm. 32:13)
40 dias que Jesus foi tentado (Lc. 4:2)
Apesar de estes números
transmitirem estes simbolismos não podemos deixar de atribuir-lhes o sentido
literal. Ou seja, mesmo o número 40 representando provação, Jesus foi realmente
provado durante 40 dias literais. O número embora representando a perfeição não
nos dá o direito de fugir da interpretação literal. No caso dos candeeiros
podemos interpretá-los como sendo em número de sete.
NOMES SIMBÓLICOS
Os nomes de certas pessoas e
lugares na Bíblia possuem significado simbólico. Porém não devemos procurar
significados nos nomes, a menos que a Bíblia nos indique. Mães
O nome Eva significa “vida” e foi
dado por Adão, por ser a mãe de todos os viventes (Gn. 3:20) Deus mudou o nome
de Abrão em Abraão com o intuito de mostrar-lhe que ele seria pai de muitos
povos.
Abrão significa “pai exaltado” e Abraão significa “pai de muitos”. Deus também mudou o nome de sua esposa de Sarai para Sara, que significa “princesa”.
Abrão significa “pai exaltado” e Abraão significa “pai de muitos”. Deus também mudou o nome de sua esposa de Sarai para Sara, que significa “princesa”.
As mães também costumavam dar
nomes aos seus filhos de acordo com as circunstâncias do nascimento da criança.
Jacó não amava sua esposa Léia, por isso quando ela teve seu primeiro filho, ela o chamou de Rubem. A palavra Reuben em hebraico significa “o Senhor atendeu a minha aflição”. Seu segundo filho, Simeão, tem o sentido de “aquele que ouve”. Levi, seu terceiro filho, significa “unido”, pois pensou que depois de três filhos Jacó a fosse amar um pouco mais e sua família fosse permanecer unida.
Jacó não amava sua esposa Léia, por isso quando ela teve seu primeiro filho, ela o chamou de Rubem. A palavra Reuben em hebraico significa “o Senhor atendeu a minha aflição”. Seu segundo filho, Simeão, tem o sentido de “aquele que ouve”. Levi, seu terceiro filho, significa “unido”, pois pensou que depois de três filhos Jacó a fosse amar um pouco mais e sua família fosse permanecer unida.
Seu quarto filho, Judá, recebeu
este nome pois tem o significado de louvor. Como havia dado a Jacó 4 filhos ela
louvava a Deus, pois pensava assim ter o amor de Jacó. (Gn 29:31-35) A filha de
Faraó chamou ao menino que encontrou no rio Nilo de Moisés, pois é parecido com
o verbo “retirar” em hebraico. (Ex. 2:10). O nome Daniel significa “Deus
julgou” ou “Deus é eu juíz”. Porém o rei Nabucodonosor mudou seu nome para
Beltessazar, que significa “Senhora, proteja o rei”. Era uma tentativa para
fazer Daniel se esquecer de seu Deus. O mesmo aconteceu com seus amigos (Dn.
1:6,7). Jesus mudou o nome de Simão para Cefas (aramaico) e Pedro (grego) que
significa pedra (Jo. 1:42), em referência ao seu futuro papel na Igreja (At.
2). Às vezes uma cidade ou nação ganhava outro nome. Deus chamou os líderes de
Jerusalém de “príncipes de Sodoma” e seus habitantes de “povo de Gomorra” (Is.
1:10), pois seu pecado havia se igualado ao daquelas cidades. Os estudiosos
divergem quanto à menção que Pedro fez de Babilônia em I Pe. 5:13 – deve ser
entendida como a verdadeira Babilônia, no Oriente Médio? Ou foi usada apenas
para fazer uma menção indireta a Roma para proteger os cristãos que vivia lá?
De acordo com a história, Pedro passou seus últimos dias em Roma, e seu “filho” Marcos, mencionado no mesmo versículo, pode ser João Marcos, que Paulo afirmou estar em Roma (Cl. 4:10).
De acordo com a história, Pedro passou seus últimos dias em Roma, e seu “filho” Marcos, mencionado no mesmo versículo, pode ser João Marcos, que Paulo afirmou estar em Roma (Cl. 4:10).
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