segunda-feira, 23 de abril de 2012

História do cristianismo


História do cristianismo
A história do cristianismo é o estudo da religião iniciada por um profeta judeu de Nazaré chamado Jesus. O cristianismo se tornaria em uma das maiores religiões, afetando todas as outras fés e mudando o curso da história humana. Isso diz respeito principalmente a religião cristã e da Igreja, do sucessor de Jesus, Tiago, o Justo, até a era atual e as denominações. O cristianismo difere significativamente das outrasreligiões abraâmicas na afirmação de que Jesus Cristo é o Filho de Deus. A grande maioria dos cristãos acreditam em um Deus trino formado por três pessoas unida e distintas: Pai,filho, e Espírito Santo. Ao longo da sua história, a religião tem resistido a cismas e a disputas teológicas que resultaram em muitas igrejas distintas. Os maiores ramos do Cristianismo são a Igreja Católica Romana, a Igreja Ortoxa e as Igreja protestantes.
O cristianismo começou a se espalhar inicialmente a partir de Jerusalém, e depois em todo o Oriente Médio, acabando por se tornar a religião oficial da Armênia em 301, da Etiópia em 325, da Geórgia em 337, e depois a Igreja estatal do Império Romano em 380. Tornando-se comum em toda a Europa na Idade Média, ela se expandiu em todo o mundo durante a Era dos Descbrimentos.
Atualmente o cristianismo possuí cerca de 2,13 bilhões de adeptos, sendo a maior religião mundial adotada por cerca de 33% da população do mundo. É a religião predominante na Europa, América, Oceania e em grande parte de África e partes da Ásia.
Cristianismo primitivo (33-325)
Cristianismo primitivo
Durante sua história, o cristianismo passou de uma obscuraseita judaica do século I para uma religião existente em todo o mundo conhecido na Antiguidade.
Na Judeia, uma das províncias romanas no Oriente, facções políticas locais se digladiavam em fins do século I a. C. De um lado, a aristocracia e os sacerdotes judeus aceitavam a dominação romana, pois os primeiros obtinham vantagens comerciais e os segundos mantinham o monopólio da religião. Entre as várias seitas judaicas que coexistiam na região, estavam a dos Fariseus, voltados para a vida religiosa e o estudo da Torá, e a dos essênios, que pregavam a vinda do Messias, um rei poderoso que lideraria os judeus rumo à independência. Nesse clima de agitação, durante o governo de Otávio, nasceu, em Belém, um judeu chamado Jesus.
Poucas fontes históricas não-cristãs mencionam Jesus ou os primeiros anos do Cristianismo. A principal fonte a respeito de sua vida são os Evangelhos, que relatam o nascimento e os primeiros anos no modesto lar de um artesão de Nazaré. Há um período sobre o qual praticamente não há informações, até que, aos trinta anos, Jesus recebe o batismo pelas mãos de João Batista, nas águas do Rio Jordão e começa a pregação de seu ideário. Para os cristãos, Ele seria o messias esperado pelos judeus. No Sermão da Montanha, descrito nos evangelhos de Mateus e de Lucas, é apresentado os princípios básicos de seu pensamento: para Jesus, a moral, como a religião, era essencialmente individual e a virtude não era social, mas de consciência. Pregava a igualdade entre os homens, o perdão e o amor ao próximo.
Segundo os Evangelhos, as autoridades religiosas judaicas não aceitaram que aquele homem simples, que pregava aos humildes, pudesse ser o rei, o Messias que viria salvá-los. Consideraram-no um dissidente e o enquadraram na lei religiosa, condenando-o à morte por crucificação, a ser aplicada pelos romanos (do ponto de vista das autoridades romanas, Jesus era um rebelde político). Levadas pelos seus discípulos, os apóstolos, a diversas partes do império romano, as idéias de Jesus frutificaram. O apóstolo Paulo, judeu com cidadania romana, deu caráter universal à nova religião: segundo ele, a mensagem de Jesus, chamado de Cristo (o ungido) por seus seguidores, era dirigida não somente aos judeus, mas a todos os povos. Com Paulo, o Cristianismo deixou de ser uma seita do Judaísmo para se tornar uma religião autônoma. Por não aceitarem a divindade imperial e por acreditarem que havia uma única verdade - a de Jesus -, os cristãos foram perseguidos pelos romanos.
Por volta do ano 70, foram escritos os evangelhos atribuídos a Mateus e Marcvos, em língua grega. Trinta anos depois, publicava-se o evangelho atribuído a João, e a doutrina da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) começava a tomar forma. O cristianismo pode, então, ser interpretado como uma síntese de crenças judaicas e persas.
Apegados ao ,monoteísmo, os cristãos não juravam o culto divino ao imperador, provocando reações violentas. As perseguições ocorreram em curtos períodos, embora violentos, na medida em que o culto divino ao imperador, estabelecido por Augusto mas formalizado por Domiciano, era aplicado nas províncias . Muitos foram perseguidos, outros morreram nas arenas, devorados por feras. Ao mesmo tempo, cada vez mais pessoas se convertiam ao cristianismo, especialmente pobres e escravos, que se voltavam para a Igreja por acreditarem na promessa de vida eterna no Paraíso.
O poder do cristianismo não podia mais ser ignorado. A partir do momento em que cidadãos ricos do Império Romano se converteram à nova religião, a doutrina, que pregava a igualdade e a liberdade, deixava de representar um perigo social. Aos poucos, a Igreja Católica se institucionalizava e o clero se organizava, numa enorme escalada da hierarquia com o surgimento dos bispos e presbíteros, no lugar de anciãos e superintendentes. O território sob o domínio romano foi dividido em províncias eclesiásticas. Os Patriarcas, bispos dos grandes centros urbanos - como Roma,Constantinopla,Antioquia da Síria e Alexandria -, ampliaram seu poder, controlando as províncias. O bispado de Roma procurou se sobrepor aos demais, alegando que o bispo de Roma era o herdeiro do apóstolo Pedro, que teria recebido de Jesus a incumbência de propagar a fé cristã entre os povos.
Em 313, o imperador Constatino fez publicar o Édito de Milão, que instituía a tolerância religiosa no império, beneficiando principalmente os cristãos. Com isso, recebeu apoio em sua luta para se tornar o único imperador e extinguir a tetrarquia. Em 361, assumiu o trono Juliano, o Apóstata, que tentou reerguer o paganismo, dando-lhe consistência ético-filosófica e reabrindo os templos. Três anos depois o imperador morreu e, com ele, as tentativas de retomar a antiga religião romana.
Em 391,Teodósio I (379-395) oficializou o cristianismo nos territórios romanos e perseguiu os dissidentes. Após seu reinado, o império foi dividido em duas partes. Os filhos de Teodósio assumiram o poder: Arcádio herdou o Império Romano do Oriente, cujo centro político era Constantinopla (antiga Bizâncio, rebatizada em homenagem ao imperador Constantino, localizava-se onde hoje é a cidade turca de Istambul); a Honório I coube o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma.
O cristianismo primitivo pode ser dividido em duas fases distintas: o período apostólico, quando os primeiros apóstolos estavam vivos e propagaram a fé cristã: e o período pós-apostólico, quando foi desenvolvida uma das primeiras estruturas episcopais e houve uma intensa perseguição aos cristãos. Essa perseguição terminou em 313 d.C. sob o governo deConstantino I, em 325 ele promulgou o primeiro concílio de Niceia, dando início aos Concílios Ecumênicos.
Igreja Apostólica
Igreja primitiva
A Igreja Apostólica era uma comunidade liderada pelosapóstolos e pelos parentes e seguidores de Jesus De acordo com o Novo Testamento, depois de sua ressurreição, Jesus ordenou na Grande Comissão que seus ensinamentos fossem espalhados por todo o mundo. Os Atos dos Apóstolos é a fonte primária de informação sobre esse período. Escrito por Lucas, o livro conta a história da igreja primitiva a partir dessa comissão em Atos 1: 1:3-11 até a propagação da religião entre os gentios do leste do Mediterrâneo por Paulo de Tarso e outros.
Os primeiros cristãos eram de Etnias judaicas ou judeus prosélitos. Em outras palavras, os primeiros seguidores do cristianismo foram os judeus que Jesus chamou para ser seus primeiros discípulos. Apesar da Grande Comissão de Mateus 28: 19-20 ser dirigida a todas as nações, os primeiros cristãos se depararam com uma questão que trouxe problemas para os primeiros líderes da Igreja: os Gentio convertidos ao cristianismo precisariam se tornar judeus? Isso geralmente estava associado a circuncisão a a adesão de leis dietéticas. Enquanto os judaizantes apoiavam essas restrições, alguns pregadores cristãos, como o apóstolo Paulo, foram contra impor aos novos conversos essas práticas. Além disso, a circuncisão era considerada repulsiva pelosgregos da Bacia do Mediterrâneo. As ações de Pedro na conversão de Cornélio, o centurião parecia indicar que não era preciso estar circuncidado, e isso foi debatido e aprovado pelo Concílio Apostólico de Jerusalém. Questões relacionadas são debatidas ainda hoje.
As doutrinas que os apóstolos trouxeram para a Igreja Primitiva entraram em conflito com algumas autoridades religiosa judaicas. Isto levou a expulsão dos cristãos das sinagogas. O livro de Atos registra o martírio dos líderes cristãos, como Estevão e Tiago Zebedeu. A partir daí, o cristianismo adquiriu uma identidade distinta do judaísmo rabínico. Entretanto, essa diferença não foi reconhecida de uma vez pelo Império Romano. O nome cristão (do grego Χριστιανός ) foi aplicado pela primeira vez aos discípulos em Antioquia da Síria, conforme registrado em Atos 11:26 Alguns afirmam que o termo cristão foi criado como um nome depreciativo, sendo aplicado como um termo de escárnio para aqueles que seguiram os ensinamentos de Jesus.
Crenças e credos dos cristãos primitivos
As fontes para as crenças da comunidade cristão primitiva são os Evangelhos e as epístolas do Novo Testamento. Os relatos mais antigos da crença estão contidos nesses textos, como os credos e os hinos cristãos, bem como as histórias da Paixão, do tú,ulo vazio e as aparições da ressurreução. Algumas dessas crenças são datadas nos anos 30 d.C ou40 d.C40, originário dentro da Igreja de Jerusalém
Igreja pós-apostólica
Padres da Igreja
Essa fase do cristianismo pós-apostólico vai desde a morte dos apóstolos (aproximadamente 100 d.C.) até o término das perseguições e a legalização do culto cristão por Constantino, o grande.
Perseguições
Perseguição aos cristãos
Desde o início os cristãos foram sujeitos a várias perseguições. Isso resultou na morte dos primeiros cristãos, como Estevão (Atos 7:59) e e Tiago, filho de Zebedeu (Atos 12:2). A perseguição aos cristãos pelo Império Romano ficou mais feroz a partir do ano 64 d.C. quando, conforme relatado pelo historiador Romano Tácito, o Imperador Nero culpou-os pelo Grande incêndio de Roma. De acordo com a tradição da igreja,Paulo e Pedro foram martirizados em Roma por Nero. Da mesma forma, vários dos escritos do NovoTestamento mencionam o stress que era causado pelas perseguições na vida dos primeiros seguidores de Jesus. Por 250 anos os cristãos sofreram perseguições esporádicas por sua recusa em adorar o imperador romano. Por isso, eles eram considerados traidores, sendo assim punidos com a pena de morte. Apesar das perseguições serem intensas, a religião cristã continuou a sua propagação em toda a Bacia do Mediterrâneo.
Estrutura e episco
Os bispos da Igreja Pós-Apostólica emergiram como superintendentes das populações urbanas cristã. Além disso, a igreja formou gradualmente uma hierarquia no clero que tomou a forma de de episkopos (bispos), anciãos e presbíteros (pastores), além dos diáconos (servos). Mas isso aconteceu lentamente e em diferentes momentos para diferentes localidades. Clemente, Bispo de Roma, refere-se na sua carta I Clemente aos líderes da igreja de Corínto como bispos e presbíteros, indistintamente, e também diz que os bispos estão a conduzir o rebanho de Deus para o pastor chefe (presbítero), Jeus Cristo. Os escritores do Novo Testamento também usam os termos diáconos, presbíteros e anciãos de forma intercambiável.
Os principais bispos da era Pós-Apostólica incluem Policarpo de Esmirna, Clemente de Roma e Irineu de Lião, e . Esses homens supostamente conheceram e estudaram pessoalmente com os apóstolos. Por isso eles são chamados de Padres Apostólicos. Cada comunidade cristã tinha os presbíteros, que eram ordenados e ajudavam o bispo; O cristianismo se difundiu especialmente nas áreas rurais. Os presbíteros exerciam mais responsabilidades dentro das igrejas locais, tomando forma distinta como sacerdotes. Por último, os diáconos também exerciam determinadas funções, tais como cuidar dos pobres e doentes. No segundo século, uma estrutura episcopal se torna mais visível. Essa estrutura foi apoiada pela doutrina da sucessão apstólica, onde o bispo se tornava o sucessor espiritual do bispo anterior em uma linha que remontaria aos próprios apóstolos.
A diversidade do cristianismo primitivo pode ser documentada a partir do registro do Novo Testamento. O livro de Atos admite conflitos entre hebreus e helenistas; e entre cristãos judeus e cristãos gentios. As cartas de Paulo, Pedro, João, Tião e Judas são testemunhos de conflitos de liderança e de teologia na Igreja Primitiva. Em resposta aos ensinosgnósticos, Ireneu de Lião criou o primeiro documento que descreve a Sucessão apostólica.
Primeiros escritos cristãos
Como a expansão do cristianismo, alguns membros bem-educados que faziam parte do círculos do mundo helenístico vieram a se tornar bispos e líderes da igreja. Eles produziram dois tipos de obras: Teológica e Apologética. Este último eram destinados a defender a fé usando a razão para refutar os argumentos contra a veracidade do cristianismo. Esses autores são conhecidos como os Padres da Igreja, e o estudo de suas obras é chamado de patrística. Entre os notáveis Padres desse período estão Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna,Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano,Clemente deAlexandria e Orpigenes de Alexandria.
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Primeiras heresias     
 Heresias cristãs segundo a Igreja Católica
O Novo Testamento fala da importância de manter a doutrina (ortodoxa) correta e refutar as heresias, mostrando o quão antiga era essa preocupação. Por causa do alerta bíblico contra os falsos profetas, o cristianismo sempre se preocupou em manter e ensinar a interpretação ortodoxa da fé. Com efeito, um dos papéis principais dos bispos na Igreja primitiva era determinar e manter importantes crenças corretas, além de refutar as opiniões contrárias conhecidas como heresias. Como não havia diferentes opiniões entre os bispos sobre novas questões, a definição da ortodoxia iria ocupar a Igreja por algum tempo.
As primeiras controvérsias eram muitas vezes sobre a natureza cristológica, isto é, eles estavam relacionados com a divindade ou a humanidade de Jesus. O Docetismo declarava que a humanidade de Jesus era apenas uma ilusão, negando assim a encarnação. Já o arianismo considerava Jesus como um ser que não era eternamente divino - mas que também não era um mero mortal - sendo portanto de menor status do que o Pai O Trinitarianismo declarou que o Pai, o Filho e o Espírito Santo formavam um ser com três pessoas. Além disso, Cristo possuía uma dupla natureza, conhecida pelos teólogos como União hipostática. Muitos grupos mantinham crenças dualistas, sustentando que a realidade era composta de duas partes radicalmente opostas: a matéria, vista como mal, e o espírito, visto como bom. Tais visões deram origem a algumas teologias da encarnação, que foram declaradas heréticas. A maioria dos estudiosos concorda que a Bíblia ensina que tanto o mundo material quanto o mundo espiritual foram criados por Deus, sendo portanto bons.
O desenvolvimento da doutrina, a posição da ortodoxia e as relações entre as diversas opiniões é uma questão muito debatida na academia. Como a maioria dos cristãos de hoje seguem as doutrinas estabelecidas pelo Credo niceno-Constantinopolitano, os teólogos cristãos modernos tendem a considerar os primeiros debates como uma posição ortodoxa unificada contra uma minoria de hereges. Outros estudiosos, baseando-se nas distinções entre cristãos judeus, o cristianismo paulino e outros grupos, como os Marcionistas, argumentam que o cristianismo primitivo foi sempre fragmentado, com crenças contemporâneas concorrentes.