sexta-feira, 9 de março de 2012

Arvore da vida


Arvore da vida
A “Árvore da Vida” é um dos elementos presentes na descrição que o livro do Gênesis dá do jardim em Éden (2,8 seguintes). A palavra Éden, em hebraico, significa “jardim”. A primeira tradução da Bíblia em grego, a Setenta, traduziu esse termo como “paraíso” e até hoje identificamos “éden” com “paraíso”. Mas essa identificação não deriva da Bíblia. Éden parece efetivamente ser uma região geográfica no livro da Gênesis, mas a sua localização não conhecemos. Alguns exegetas dizem que pode ser comparado à expressão assíria “bit adini”, que significa a região fértil às margens do rio Eufrates. Porém provavelmente a concepção hebraica faz referência à “delícia”, que tem como raiz a palavra hebraica “‘dn”, a mesma raiz. Nos outros livros bíblicos o Éden é o oposto ao deserto e à estepe e é o jardim de Deus (Ezequiel 28,13; 31,9; Isaías 51,3). No Éden existem duas árvores: a “da vida”, que está no meio do jardim, e a “árvore do conhecimento do bem e do mal”. Em Gênesis 2,16-17 Deus diz ao homem: “Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás que morrer”. 

A interpretação da “árvore da vida, que está no meio do jardim” deve ser iluminada por Gênesis 3,22. Depois do pecado, YHWH diz: “Se o homem já é como um de nós, versado no bem e no mal, que agora ele não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma e viva para sempre”. Portanto a árvore da vida dá a vida eterna.

A mensagem fundamental dos primeiros capítulos do Gênesis é que o ser humano é criatura de Deus. O autor consegue trasmitir essa verdade não com conceitos abstratos, como talvez estamos acostumados a fazer e escutar hoje em dia, mas de forma muito concreta, paupável. Gênesis diz que o ser humano não é Deus, embora seja criado à sua imagem e semelhança. Comendo da “árvore do bem e do mal” adquire uma característica atribuída a Deus, a capacidade de discernir entre o que é bem e o que é mal. Outra característica atribuída a Deus é a vida eterna. Se o ser humano ganhasse também a vida eterna poderia se iludir e pensar definitivamente que fosse ele mesmo Deus. Invés a morte para o ser humano é importante, pois graças a ela fica evidente a situação humana, de criatura. O ser humano é, então, expulso do Éden para evitar que se engane, pensando que é Deus, ao comer da árvore da vida.

Durante toda a Bíblia esse tema ficou ‘adormecido’, mas a literatura apocalíptica o ressuscitou (sobretudo 4 Esdras). Além de aparecer nos apocalipses dos judeus, é presente também no Apocalipse de João. De fato, um dos últimos versículos da Bíblia fala da ‘árvore da vida’ (22,19) que forma, dessa maneira, uma moldura para a Bíblia, pois o tema está presente no início e no fim do livro sagrado.

O Apocalipse promete a “árvore da vida” como prêmio ao “vencedor” (2,7): “Ao vencedor, conceder-lhe-ei comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus.” O termo usado em grego é “xulon”, que pode ser traduzido, além de árvore, como “ lenho”. Em prática, aquilo que Gênesis proíbe a Adão, o Apocalipse promete ao “vencedor”. Essa promessa só é possível graças à morte de Jesus Cristo, no “lenho” da cruz. João, então, vê na cruz a ‘árvore da vida’, que dá vida.

A ”Árvore da Vida” estava lá, livre para que o ser humano se alimentasse dela e adquirisse o juízo perfeito de um verdadeiro filho. Uma Vida Verdadeira com o Eterno. Cujo fruto é perfeito e tem o Espírito de Deus nele. (Isaías 11: 1)
Da fonte não pode jorrar dois tipos de água. E nem dois tipos de frutos com sementes boas e más.  Pode se colher fruto bom de uma árvore má? Assim se explica que a “Árvore  da Ciência do Bem e do Mal,”  tipificava a natureza maligna de Satanás. Este conhecimento da ciência, somente Deus tem o domínio e o poder para vencer todo o mal da ciência terrena, e assim, Ele não desejava que o homem adquirisse este estágio sem a presença d’Ele.

Gênesis- 2:9, 16, 17; 3:1-24. No Jardim do Éden, Deus utilizou duas árvores com objetivos simbólicos: a “Árvore da Vida” e “a Árvore da Ciência do Bem e do Mal”. Não respeitar o decreto de Deus referente a esta última Árvore, teria resultado na queda do homem.
Também conhecida simplesmente como Árvore da Ciência, foi plantada, segundo o relato bíblico, no Jardim do Éden, tendo seus frutos sido proibidos ao homem por Deus.  Segundo o mesmo relato, após ser interpelada pela serpente, a mulher (Eva), desobedecendo a ordem de Deus, come do fruto oferecido pela criatura, provocando o que se chama de pecado original da humanidade. (comer; no sentido: dar ouvidos à palavra de outro, aprender de outro)
Fruto: Símbolo do direito que o Criador do homem teria de especificar aos seres humanos o que é “bom” e o que é “mau”, exigindo a prática, do que é bom e a rejeição do que é mau, a fim de continuarem aprovados por Ele.

Árvore do Bem e do mau é simbólica: Lúcifer já tinha caído na terra conforme Apocalipse- 12, e com ele trouxe o mau. Deus mostrou para Adão dois caminhos, o bom e o mau. A mulher escolheu o caminho do mau e levou consigo o homem. A desobediência  foi o primeiro pecado da Revelação.
Apocalipse – 2:7 -“Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei de comer (do fruto que tem o Espírito) da Árvore da Vida, que se acha no Paraíso de Deus.”
E existem outras referências simbólicas, as árvores frutíferas, de folhas curativas, mencionadas nas visões registradas em  Ezequiel- 47:7, 12 e Apocalipse-  22:2, 14. No livro de Provérbios surge a expressão “árvore da vida” associada com a verdadeira sabedoria, com os frutos do justo, com a realização de uma coisa desejada, (Provérbios- 3:18 - 11:30 -  13:12 – 15: 15) e com a língua, a humanidade.

A inveja obscurece a inteligência, dá capacidade de  pensar mal dos outros. Quantas vezes essa atitude gera maus pensamentos, maledicência e difamação. Quantas vezes surgem fantasmas psicológicos para justificar racionalmente. Quantas vezes podemos  encher nossas mentes  por suposições menos favoráveis sobre o outro… Quebrando alguma virtude…
A inveja turva o olhar – cria-se como nuvem de impureza à volta dos outros, a desconfiança pode colocar em nós uma espécie de filtros que nos fazem  ler os outros.
A inveja azeda o coração – para além da descrença sobre os outros – gera  tristeza sobre o bem alheio, numa desvalorização do outro em nosso favor. Quantas vezes essa tristeza germina em azedume nas palavras e no comportamento, desdenhando sobre os dons e as qualidades alheias… Até pode ser uma acusação à nossa preguiça ou incapacidade de fazer o bem.
Deus abençoe a todos!!

Descrição bíblica

Os pormenores sobre esta árvore são muito escassos no texto bíblico. Refere-se apenas a sua localização central no Jardim do Éden e que o primeiro casal humano foi impedido de alcançar esta árvore após terem desobedecido ao mandamento divino. Foram assim expulsos desse jardim ou paraíso original. Como forma de impedir que, tanto Adão e Eva, como provavelmente a sua descendência voltassem a entrar no Jardim, e consequentemente tomarem dos frutos da Árvore da Vida, a Bíblia refere que Deus colocou criaturas sobre-humanas, designadas por querubins, que possuíam uma espada de fogo que se revolvia continuamente.
Segundo o relato bíblico, esta árvore já havia sido colocada no jardim antes da criação do primeiro homem, Adão. Muitos comentaristas afirmam que esta árvore não possuiria qualidades intrinsecamente vitalizadoras nos seus frutos, mas seria um símbolo representativo da garantia de vida eterna, da parte de Deus, para aqueles a quem Ele permitisse comer do fruto dela. Visto que Deus colocou essa árvore ali, crê-se que o objectivo seria permitir a Adão que comesse do seu fruto, talvez após ficar provada a sua fidelidade ao ponto que Deus julgasse satisfatório e suficiente. Quando Adão desobedeceu, foi-lhe cortada a oportunidade de comer daquela árvore, impedindo-o a ele e à sua descendência de alcançar a vida eterna.
A  Arvore da Vida aqui é simbolismo, representa Jesus Cristo. Joao em seu Evangelho nos deixa bem claro que Jesus Cristo estava aqui desde o principio (Jo 1,1-14).

Referências no texto bíblico

A Bíblia faz referência directa a esta árvore apenas no primeiro e no último livro:
  • Génesis 2:9
"Jeová Deus fez assim brotar do solo toda árvore de aspecto desejável e boa para alimento, e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau." - NM - Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, (1986)
  • Génesis 3:22-24
"Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida." - Almeida, Versão Corrigida e Fiel
No último livro da Bíblia, o Apocalipse ou Revelação, ao se mencionarem sete cartas enviadas por Jesus Cristo a igrejas ou congregações em sete cidades, faz-se a seguinte referência concernente aos cristãos em Éfeso:
  • Revelação ou Apocalipse 2:7
"Quem tiver ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor darei de comer (do fruto) da árvore da vida, que se acha no paraíso de Deus." - Bíblia Avé Maria
Apesar de não terem associação com esta árvore do Jardim do Éden, existem outras referências simbólicas a árvores frutíferas, de folhas curativas, mencionadas nas visões registadas por Ezequiel e por João, em Ezequiel 47:7, 12 e Revelação 22:2, 14. No livro de Provérbios surge a expressão "árvore de vida" associada com a verdadeira sabedoria, com os frutos do justo, com a realização de uma coisa desejada, e com a calma da língua (Provérbios 3:18; 11:30; 13:12; 15:4).

 Referências a uma Árvore da Vida em diversas culturas

Diversos povos antigos possuem histórias mitológicas que fazem recordar a descrição bíblica de um paraíso terrestre original, o Jardim do Éden. Inscrições em argila, selos cilíndricos, folhas de papiro, monumentos, e outras evidências similares, foram descobertos contendo os conceitos religiosos de povos que, embora vivessem em locais geográficos distintos e possuíssem crenças divergentes, ainda assim possuíam lendas de um Éden. Sobre este assunto, o arqueólogo Sir Charles Marston, no seu livro The Bible Comes Alive (A Bíblia Ganha Vida) observa:
"Ao examinar os antigos escritos cuneiformes, alguns anteriores a Abraão, e os selos gravados e esculturas em pedra de Babilónia, Assíria e de outras civilizações primitivas, revela-se-nos notável inclinação da evidência. Até mesmo da proporção comparativamente pequena dessas relíquias de um passado remoto que chegam a nossa atenção, derivamos a impressão de que as histórias da Criação, da Tentação e da Queda do Homem [...] conforme descritas no Génesis, eram então assunto de conhecimento actual. E que, talvez num ambiente politeísta, eram ensinadas nas escolas de Ur dos Caldeus."

Babilónia

Alguns escritos religiosos da antiga Caldeia afirmam que:
"Próximo de Eridu havia um jardim em que havia misteriosa Árvore Sagrada, uma Árvore da Vida, plantada pelos deuses, cujas raízes eram profundas, ao passo que seus ramos atingiam o céu, protegido por espíritos guardiões, e sem nenhum homem entrar."
John Elder, no seu livro Prophets, Idols and Diggers (Profetas, Ídolos e Escavadores), comenta:
"Na antiga literatura babilónica há frequentes referências à Árvore da Vida, tal como mencionada em Génesis 2:9. Representações da árvore são frequentes em baixos-relevos e selos de alabastro. Seus frutos supostamente conferiam vida eterna aos que comessem deles. Certa impressão em um selo cilíndrico entre as encontradas parece ser gravura da tentação e da Árvore da Vida."

Assíria

As memórias assírias de um Éden não eram muito diferentes das de Babilónia. Entre estas destaca-se uma "árvore sagrada" ou "árvore da vida". Uma árvore sagrada guardada por duas criaturas aladas aparece com frequência nas esculturas encontradas nos seus palácios. Em alguns casos, as criaturas aladas são meio animais e meio humanas. Estas representações míticas são talvez lembranças da referência bíblica à existência de querubins "para guardar o caminho para a árvore da vida", em Génesis 3:24.

 Egipto

Os antigos egípcios, também possuíam lendas similares sendo que numa delas se apresentava a crença de que, depois do Faraó morrer, havia uma árvore da vida da qual teria de comer para se sustentar no domínio do seu pai, .

 Outros povos

Há muitas outras raças cujas crenças e mitologias se acham entremeadas com características semelhantes ao Éden bíblico. O livro The Migration of Symbols (A Emigração de Símbolos), de G. d’Alviella, possui um capítulo, com mais de cinquenta páginas, devotado aos simbolismos e à mitologia associados com árvores sagradas. O texto e as suas numerosas ilustrações fornecem indícios de reflexos da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal nas crenças dos fenícios, sírios, persas, gregos, sicilianos, maias, aztecas, javaneses, japoneses, chineses e indianos.
Por exemplo, menciona-se nesse capítulo "que os persas possuíam uma tradição duma Árvore da Vida, a haoma, cuja resina conferia a imortalidade". Também "que a crença numa Árvore da Vida existia entre os chineses. As tradições mencionam sete árvores maravilhosas. [...] Uma delas, que era de jade, conferia a imortalidade pelo seu fruto". Relata ainda que a mitologia escandinava menciona uma árvore sagrada chamada Yggdrasill, sob uma das raízes da qual se dizia manar uma fonte em que residiam todo o conhecimento e toda a sabedoria. Outra lenda fala duma deusa que guardava numa caixa as Maçãs da Imortalidade, das quais os deuses partilhavam a fim de renovar sua juventude.
Quanto à mitologia grega, o livro Manual of Mithology, de A. S. Murray, refere na página 173:
"Acreditava-se que os Jardins das Hesperides, com as maçãs de ouro, existiam numa ilha do oceano [...] Eram muito famosos na antiguidade; pois era lá que fluíam as fontes de néctar, pelo divã de Zeus, e ali que a terra exibia as mais raras bênçãos dos deuses; era outro Éden"
Muitos dos nativos de Papua, no Pacífico, crêem numa árvore invisível na qual, e ao redor da qual, todos os que levaram vidas boas, antes de morrerem, vivem eternamente, felizes e livres de preocupações.
Harold Bailey, no seu livro The Lost Language of Symbolism, relata sobre as Américas:
"Há um manuscrito mexicano no Museu Britânico em que são representadas duas figuras colhendo os frutos da chamada "Árvore de Nossa Vida". Os maias e outros povos da América Central sempre representaram suas árvores sagradas com dois ramos partindo horizontalmente do alto do tronco, assim apresentando a semelhança duma cruz [...] e os primeiros missionários espanhóis no México verificaram, para sua grande surpresa, que a cruz já se achava em uso ali "como símbolo.