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De onde
Veio o mal
E
Quem o criou?
Como e de onde veio o mal? Quem criou o mal? Como o mal entrou no mundo,
por que somos tentados pelo mal?
Quem criou o
mal? Na verdade é difícil acreditar que Deus tenha criado o mal, pois
entendemos que Deus é bom, e tudo o que Ele faz é bom. Mas se a Palavra do
próprio Deus, diz que Ele é o único criador, com certeza o mal foi criado por
Deus, na verdade Deus só criou o mal, pois o bem faz parte da essência de Deus,
faz parte da natureza de Deus, Deus é o próprio bem e só faz o bem para aqueles
que chegam até Ele. Portanto qualquer que faz o bem não está longe de Deus. Lc.
25: 7; Mc. 12: 28 – 34.
Mas porque Deus teria criado o mal,
qual a finalidade de Deus em criar o mal? Talvez se o mal não existisse, o bem
não seria identificado, o Bem não seria notado, nós não iríamos desfrutar do
amor de Deus, do perdão, do nome de Jesus, do sangue de Jesus, da vitória de
Jesus na cruz do calvário, da salvação. I Co. 1: 18 – 24; Cl. 2: 8: 15; Jô. 3:
14 – 17. Se o mal não existisse, nós não teríamos o direito de escolha,
pertenceríamos a um deus ditador, que nos teria feito para satisfazer o seu
ego, um Deus que não nos daria o direito de escolha. Graças a Deus, porque Ele
nos dá o direito de escolha e de como servi-lo. II Cr. 28 – 9; Pv. 23: 26.
Como compreender a criação do mal? Primeiro temos que
entender que antes de existir os céus, e o céu dos céus, os anjos e os homens, Deus
já existia. Gn. 1: 1; Cl. 1: 15 – 17; Gn. 1: 26; Jô. 1: 1- 3.
Para Deus criar
as coisas boas e as coisas más, Deus precisaria criar antes o direto de escolha
de anjos e de homens, más, enfim o bem ou o mal. Mt. 7: 13 e 14; Dt. 11: 26;
Dt. 30: 19; Jr. 8: 3.
O direito de escolher,
Deus deu aos anjos e aos homens. Jesus como homem também teve o direito de
escolha. Jesus poderia ter escolhido as coisas más, mas por amor a nós e não
por amor a si próprio Ele optou pelas coisas boas. Lc. 4: 1 – 13, Fl. 2: 4 –
11.
Agora vemos
outro homem que também teve a oportunidade de escolher as coisas boas e com
isto salvar toda humanidade, mas ele escolheu as coisas más e condenou a morte
toda à humanidade. Gn. 2; 4 – 17; Gn. 3: 1 – 6; Rm. 5: 12 – 19.
Como compreender
este mistério, quando Deus fez os anjos Deus deu vida a eles, pois os anjos
mesmo sendo espírito. Hb. 1; 13 e 14, eles tem vida, junto com a vida, Deus
colocou o direito de escolha, Deus colocou diante deles o bem e o mal. Gn. 2:
9. Os acontecimentos de Adão e Eva no Éden é uma simbologia do acontecimento no
Céu com os anjos, da mesma forma que Adão e Eva optaram por escolher a
desobediência, ou seja, (O mal). Gn. 2: 9 – 17.. Os anjos, Lúcifer e mais uma
terça parte dos anjos, da mesma forma optaram por escolher o mal, e com consequência
se tornaram Satanás e seus demônios, e foram condenados a viverem na escuridão,
tendo como destino certo o inferno. Is. 14; 12 – 17; Ez. 28: 13 – 17; Lc. 10:
17 – 20; Ap. 12: 1 – 4.
A incredulidade de alguns
estudiosos da Palavra tem feito eles a acreditar e a ensinar que Deus não criou
o Mal, isto e crer que além de Deus existe outro criador. Pensar desta forma é
heresia. Is. 45: 6 e 7; Lamentações 3: 37 e 38 e Rm. 11: 33 –
36.
O livre arbítrio nos impede de
transferir responsabilidade, ou culpar a Deus, ou outras pessoas, a decisão é
única e exclusivamente pessoal. Gn. 2; 15 – 17; Gn. 3: 11 – 13. Vemos aqui que
Adão culpou Eva, Eva culpou a serpente, Eva e Adão desobedeceram a Deus, porque
quiseram, foi responsável por escolherem o mal, a escolha foi unicamente deles.
O segredo deste mistério está no
livre arbítrio. O livre arbítrio está dentro dos anjos, e dentro dos homens, é
uma regra que Deus deu aos anjos, e aos homens, e Deus não quebra! Pois, Deus
não quebra as regras que Ele mesmo cria. Quem decide se quer o caminho do bem,
ou o caminho do mal, somos nós e também os anjos. O livre arbítrio é o Poder de
decidir, este é um direito dos anjos e dos homens, e Deus não interfere nesta
decisão, esta é uma decisão pessoal.
Apesar de Deus ter criado o mal, é
da vontade de Deus que os anjos e os homens não encolhessem o caminho do mal,
mas sim o caminho do bem, mas Lúcifer e uma terça parte dos anjos escolheram o
caminho do mal. Assim como grande parte da população mundial. Mas Deus insiste
através do Evangelho que todos os homens peguem o caminho do bem. Mt. 12: 35;
Tg. 4: 17; III Jô. 11; I Tm. 2: 3 e 4.
O mal não pode ter vindo de outra criação sem ser do próprio Deus; se
dissermos que o mal não veio de Deus, logo ele tem outro criador, nesse caso,
não podemos afirmar que Deus É (um só), e sim, são (deuses), ou seja, teriam
dois criadores: o do bem (Deus) e o do mal (Satanás). Está escrito que Deus
disse: Eu formo a luz, e crio as trevas;
eu faço o bem, e crio o mal; eu sou o Senhor que faço todas estas coisas. (Is.
45; 7). Temos que deixar bem coerente que ele cria e não faz, ou seja, ele
cria e não faz mal. Sabemos que o
mal surgiu na historia por lúcifer, e nos contagiou por Adão.
O mal surgiu no coração de lúcifer, seja ele quem foi antes da queda:
querubim ou não, sabe-se que ele, o mal surgiu em seu coração que se encheu de
inveja. Portanto, ele conhecia somente o bem e desejou conhecer o mal,
diferente de Eva, a qual ele a induziu a comer do fruto: ficarás conhecedora do bem e do mal (Gn 3.5). Alguns escritos
judaicos falam sobre a intenção do diabo (Deus não criou o diabo e sim lúcifer;
ele tornou-se com o desejo mal que permitiu entrar em seu coração), pois aqui
já estava transformado em diabo. Lúcifer foi criado para cuidar e dominar a
terra que habitava. Quando desejou tomar o lugar de Deus, ele perdeu o direito
sobre a terra, com isso, Deus a entregou ao homem. Daí começa a luta entre o diabo
e o homem.
É tudo que se diz e é tudo o que se precisa dizer: se há um Deus, o Diabo
é um detalhe! Bem e Mal vêm de Deus! Deus não é o mal, justamente por isso o
mal pode vir Dele sem ser Ele!
Ele é bom,
mas Nele a bondade não é um exercício espiritual e muito menos moral. Bondade é
sua natureza. Portanto, mesmo quando Ele permite o mal, quando o consente ou o
envia, o faz visando um bem maior, pois
Ele é bom e sua misericórdia dura para sempre (Caio Fabio).
De acordo com alguns teólogos, a terra foi criada há 6 mil anos. O que
Deus fazia nesse tempo, se Ele é eterno? Antes que existisse uma estrela a
brilhar, antes que houvesse anjos a cantar, já havia um céu, o lar do Eterno, e
único Deus. (Jó 38:7; Sl 90:2)
O Deus Eterno com muito amor criou. Suas mãos moldaram primeiramente um
mundo de luz, e sobre ele uma montanha cintilante sobre a qual estaria para
sempre firmado o trono do Universo. Ao monte sagrado que Deus denominou: Sião.
Da base do trono, o Criador fez jorrar um rio cristalino, para
representar a vida que dele fluiria para todas as criaturas.
Como sala do trono, criou um lindo paraíso que se estendia por centenas
de quilômetros ao redor do monte Sião. Ao paraíso denominou Éden.
Ao sul do paraíso, em ambas as margens do rio da vida, foram edificadas
numerosas mansões adornadas de pedras preciosas, que se destinavam aos anjos,
os ministros do reino da Luz.
Circulando o Éden e as mansões angelicais, construiu Deus uma muralha de
jaspe luzente, ao longo da qual podiam ser vistos grandes portais de pérolas.
Com alegria, o Criador contemplou a capital sonhada.
Carinhosamente, o Soberano a denominou: Jerusalém, a cidade da paz.
Deus estava para trazer à existência a primeira criatura racional. Seria
um anjo glorioso, de todo o mais honrado. Adornado pelo brilho das pedras
preciosas, esse anjo viveria sobre o monte Sião, como representante do Rei dos
reis diante do Universo.
Com muito amor, o Criador passou a modelar o querubim ungido. Toda
sabedoria aplicou ao formá-lo, fazendo-o perfeito. Com ternura concedeu-lhe a
vida; o formoso anjo, como que despertando de um profundo sono, Abriu os olhos
e contemplou a face de seu Autor.·.
Com alegria, o Eterno mostrou-lhe as belezas do paraíso, falando-lhe de
seus planos, que começavam a se concretizar. Ao ser conduzido ao lugar de sua
morada, junto ao trono, o querubim ficou agradecido e, com voz melodiosa,
entoou seu primeiro cântico de louvor.
Das alturas de Sião, descortinava-se, aos olhos do formoso anjo,
Jerusalém em sua vastidão e esplendor. O rio da vida, ao deslizar sereno em
meio à cidade, assemelhava-se a uma larga avenida, espelhando as belezas do
jardim do Éden e das mansões angélicas.
Envolvendo o querubim com seu manto de luz, o Eterno passou a falar-lhe
dos princípios que haveriam de reger o reino universal. Leis fixas que deveriam
ser respeitadas em toda a extensão do governo divino.
Já as leis morais resumiam-se em dois princípios básico: amar a Deus
sobre todas as coisas e viver na fraternidade com todas as criaturas. Cada
criatura racional deveria ser um canal por meio do qual o Eterno pudesse
relacionar-se, vida e luz. Dessa forma, o Universo cresceria em harmonia,
felicidade e paz.
Depois de revelar ao formoso anjo as leis de seu governo, o Eterno
confiou-lhe uma missão de grande responsabilidade: seria o protetor daquelas
leis, devendo honrá-las e revelá-la ao Universo prestes a ser criado. Com o
coração transbordante de amor a Deus e aos semelhantes, caber-lhe-ia ser um
modelo de perfeição: Lúcifer, o portador da luz.
O querubim; agradecido por tudo, prostrou-se ante o amoroso rei,
prometendo-lhe eterna fidelidade.
O Eterno continuou sua obra de criação, trazendo às existências
inumeráveis hoste de anjos, os ministros do reino de Deus. A Cidade santa ficou
povoada por essas criaturas radiantes que, felizes e gratas, uniam as vozes em
belíssimos cânticos de louvor ao criador.
Deus traria agora à existência o Universo que, repleto de vida, giraria
em torno de seu trono firmado em Sião. Acompanhado por seus ministros, partiu
para a grandiosa realização.
Depois de contemplar o vazio imenso, o Criador ergueu as poderosas mãos,
ordenando a materialização das multiformes maravilhas que haveriam de compor o
cosmo. Sua ordem, qual trovão, ecoou por toda a parte, fazendo surgir, como que
por encanto, galáxias sem conta, repletas de mundo e sóis, paraíso de vida e
alegria, tudo girando em harmonia em torno do monte Sião.
Ao presenciarem tão grande feito do supremo Rei, as hostes angelicais
prostraram-se, fazendo ecoar pelo espaço iluminado um cântico de triunfo, em
saudação à vida. Todo o Universo uniu-se nesse cântico de gratidão, em promessa
de eterna fidelidade ao criador.
Guiados pelo Eterno, os anjos passaram a conhecer as riquezas do
Universo. Nesse caminho pelo cosmos ficaram admirados ante a vastidão do reino
de Deus. Por todas as partes encontravam mundo habitados por criatura felizes
que os recebiam em festa. Os anjos saudavam-no com cânticos que falavam das
boas obras daquele reino de paz.
Tão precisa como a vida, a liberdade de escolha, através da qual as
criaturas poderiam demonstrar seu amor ao criador, era exigir um teste de
fidelidade. Com propósito de revelá-lo, o Eterno conduziu as hostes (o espaço
iluminado) até se aproximarem de um abismo de treva que contrastava com o imenso
brilho das galáxias.
Ao longe, esse abismo revelara-se insignificante aos olhos dos anjos,
como um pontinho sem luz; Mas à medida de sua aproximação, mostrou-se em sua
enormidade. O criador, que a cada passo revelava aos anjos os mistérios de seu
reino, ficou ali silencioso, como que guardando para si um segredo. As trevas
daquele abismo consistiam no teste da fidelidade. Voltando-se para as hostes, o
Eterno solenemente afirmou:
“- Todos os tesouros da luz estarão abertos o vosso conhecimento, menos
os segredos ocultos pelas trevas. Sois livres para me servirem ou não. Amando a
luz estéril ligado a fonte da vida”.
Com estas palavras, fez Deus separação entre a luz e as trevas, o bem e o
mal. O Universo era livre para escolher seu destino.
Logo, o sonho do criador se concretizara. Agora como Pai carinhoso,
conduzia as criaturas através de uma eternidade de harmonia e paz. Em virtude
do cumprimento das leis divinas, o Universo expandia-se em felicidade e glória.
Em Jerusalém, os ministros do reino reuniam-se ante o soberano Rei,
sempre pronto a cumprir os seus propósitos. Eram através de Lúcifer que o
Eterno tornava manifesto os seus desígnios. Depois de receber uma revelação,
ele prontamente a transmitia às hostes angelicais. Estas por sua vez, as
compartilhavam com a criação. Em célere voo, os anjos caminhavam para as terras
planetas capitais, onde, em grandes assembleias, reuniam-se os representantes
dos demais mundos.
Em muitas dessas assembleias, Lúcifer fazia-se presente, enchendo os
participantes de alegria e admiração. Perfeito em todas as virtudes, ele os
cativava com sua simpatia. Nenhum outro anjo conseguia revelar como ele os
mistérios do amor do Eterno.
-O Universo, alimentando-se da fonte da vida, expandia-se numa eternidade
de perfeita paz. A obediência às leis divinas era o fundamento de todo
progresso e felicidade. Ainda que consciente do livre-arbítrio, jamais subiria
ao coração de qualquer criatura o desejo de se afastar do criador. Assim foi
por muito tempo, até que tal problema irrompeu na vida daquele que foi o mais
íntimo do Eterno.
Lúcifer, que dedicara sua vida ao conhecimento dos mistérios da luz,
sentiu-se aos poucos atraído pelas trevas. O Rei do Universo, aos olhos de quem
nada pode ser encoberto, acompanhou com tristeza os seus passos no caminho
descendente que leva à morte.
A principio, uma pequena curiosidade levou Lúcifer a se aproximar daquele
abismo profundo. Contemplando-o, ele começou a indagar o porquê de não poder
compreender o seu enigma.
Retornando a seu lugar de honra, junto ao trono, prostrou-se ante ao
divino Rei, suplicou-lhe:
Pai dá-me a conhecer os segredos das trevas, assim como me revelas a luz.
Ante o pedido do formoso anjo, o Eterno, com voz expressiva de tristeza,
disse-lhe:
Meu filho, você foi criado para a luz, que é vida.
Convencendo-se de que o Criador não lhe revelaria os tesouros das trevas,
Lúcifer decidiu compreender por si mesmo o enigma. Julgava-se capacitado para
tanto.
Só Deus sabia o que se passava no coração de Lúcifer. O anjo, que fora
criado para ser o portador da luz, estava divorciando-se em pensamentos do
bondoso criador que, num esforço de impedir o desastre, rogava-lhe permanecer a
seu lado.
Uma tremenda luta passou a travar-se em seu íntimo. O desejo de conhecer
o sentido das trevas era imenso. Contudo, os rogos daquele amoroso Pai, a quem
não queria também perder, o torturavam.
Vendo o sofrimento que sua atitude causava ao Criador, às vezes
demonstrava arrependimento, mas voltava a cair.
Antes de Criar o Universo, Deus já previra a possibilidade de uma
rebelião. O risco de conceder liberdade às criaturas era imenso, mas sem este
dom, a vida não teria sentido.
Ele queria que a obediência fosse fruto de reconhecimento e amor, por
isso decidiu correr o grande risco.
Ainda que prosseguisse na busca do sentido das trevas, Lúcifer não
pretendia abandonar a luz. Esforçava-se para chegar a uma combinação entre essa
parte que, no reino do Eterno, coexistiam separadas. Finalmente, com um
sentimento de exaltação, concebeu uma teoria enganosa, que pretendia apresentar
ao Universo como um novo sistema de governo, superior ao governo do Eterno.
Denominou sua Lei “a ciência do bem e do mal”.
A ciência do bem e do mal se revelou atraente aos olhos de Lúcifer,
parecendo descerrar um sentido de vida superior àquele oferecido pelo criador,
cujo reino possibilitava unicamente o conhecimento experimental do bem. No novo
sistema, havia equilíbrio entre o bem e o mal, entre o amor e o egoísmo, entre
a luz e as trevas.
Ao longo do tempo em que amadurecera em sua mente a ciência do bem e do
mal, Lúcifer soube guardar segredo diante do Universo. Continuava em seu posto
de honra, cumprindo a função de portador da luz. Contudo, por mais que
procurasse fingir, seu semblante já não revelava alegria em servir ao Eterno.
O divino Rei, que sofria em silêncio, procurava, por meio de suas
revelações de amor, preparar as criaturas racionais para a grande prova que se
aproximava. Sabia que muito daria ouvido â tentação, voltando-lhe as costas. A
noite da provação faria sobressair, contudo, os verdadeiros fiéis – aqueles que
serviam ao criador não por interesse, mas por amor.
Ao ver que a hora da prova chegara, e que Lúcifer estava pronto para
traí-lo diante do Universo, o Eterno, que jamais cessaria de revelar os
tesouros de sua sabedoria, tornou-se silencioso e contemplativo. O silêncio fez
reviver no coração das hostes a lembrança daquele caminho pelo cosmos, quando,
depois de lhe mostrar as riquezas do reino de Deus, o Senhor tornou-se
silencioso ante aquele abismo. Lembra-se de suas palavras: “Todos os tesouros
da luz estarão aberto ao vosso conhecimento, menos os segredos ocultos pelas
trevas. Sois para me servirem ou não. Amando a luz estarei ligado à fonte da
vida”.
Lúcifer, que passara a cobiçar o trono de Deus, indagou-lhe o motivo de
seu silencio. O criador, contemplando-o com infinita tristeza, disse-lhe: “É
chegada à hora das trevas. Você é livre para realizar seus propósitos”.
Vendo que o momento propício para a propagação de sua teoria havia
chegado, Lúcifer convocou os anjos para uma reunião especial. As hostes,
desejosas de conhecer o significado do silencio do Pai, tomaram seus lugares
junto ao magnífico anjo, que sempre lhes revelara os tesouros do reino de Deus.
Lúcifer começou seu discurso exaltando, como de costume, o governo do
Eterno. Num amplo retrospecto, lembrou-lhes as grandiosas revelações que os
enriquecera em toda aquela eternidade.
O silencio divino, apresentou-o como sendo a indicação de que o Universo
alcançara a plenitude do conhecimento oriundo da luz. Silenciando, o Eterno
abria-lhes caminho para o entendimento de mistérios ainda não sondados,
mantidos até então além dos limites de seu governo.
Surpresas, as hostes tomaram conhecimento da experiência de Lúcifer sobre
as trevas. Com eloquência, ele falou-lhes da ciência do bem e do mal,
indicando-a como o caminho das maiores realizações.
O efeito de suas palavras logo se fez sentir em todo o Universo. A
questão era decisiva e explosiva, gerando pela primeira vez discórdia. Os seres
racionais, em sua prova, tinham de optar por permanecer somente com o
conhecimento da luz, o qual Lúcifer afirmava haver chegado seu limite, ou se
aventurar no conhecimento da ciência do bem e do mal. No começo, os anjos
debateram-se diante da questão, sendo logo todo o Universo posto à prova.
Dir-se-ia que a ciência do bem e do mal haveria de arrebanhar a maior parte das
criaturas, mas, aos poucos, muitos que a principio se empolgaram com a teoria,
despertaram para a ilusão da mesma, reafirmando sua fidelidade ao reino de Deus.
Ao fim desse conflito, que se arrastou por longo tempo, revelou-se um terço das
estrelas do céu ao lado de Lúcifer, e as restantes, ainda que abaladas pela
prova ao lado do eterno.
A ciência do bem e do mal fora apregoada por Lúcifer como um novo sistema
de governo. Mas como exercê-lo, se o eterno continuava reinando em Sião? O
conselho, formado pelos anjos rebeldes, passou a tratar disso. Decidiram,
finalmente, solicitar-lhe o trono por um tempo determinado, no qual poderiam
demonstrar a excelência do novo sistema de governo. Caso fosse aprovado pelo
Universo, o novo sistema se estabeleceria para sempre; caso contrário, o
domínio retornaria ao criador. Foi assim que Lúcifer, acompanhado por suas
hostes, aproximou-se d’aquele Pai sofredor, fazendo-lhe tal pedido.
O eterno não era ambicioso, apenas queria bem às suas criaturas. Se a
ciência do bem e do mal consistisse realmente num bem maior, não se oporia à
sua implantação, cedendo o trono a seus defensores. Mas ele sabia que aquele
caminho conduzia à infelicidade e à morte.
Movido por seu amor protetor, o criador desatendeu o pedido das hostes
rebeldes, que se afastaram enfurecidas. Lúcifer e suas hostes passaram a acusar
o divino Rei, proclamando ser o seu governo de tirania.
Afirmavam ser sua permanência no trono a mais patente demonstração de sua
arbitrariedade. Não lhes concedera liberdade de escolha? Por que neutralizá-la
agora, impedindo-os de pôr em pratica um sistema de governo superior? As
acusações das hostes rebeldes repercutiram por todo o Universo, fazendo parecer
que o governo do Eterno era injusto. Isto trouxe profunda angustia àqueles que
permaneciam fiéis ao reino da luz. Não sabendo como refutar tais acusações,
essas criaturas, emudecidas pela dor moral, ansiavam pelo momento em que novas
revelações procedentes do criador pudessem aclamar-lhes os mistérios desse
grande conflito.
As acusações e blasfêmias das hostes rebeldes alcançavam o ponto
culminante: quando o eterno, num gesto surpreendente, ergueu-se de seu trono,
como que pronto a deixá-lo. Os infiéis, na expectativa de uma conquista,
aquietaram-se enquanto um sentimento de temor penetrava no coração dos súditos
da luz. Entregá-lo-ia o domínio de toda a criação, para livrar-se das vis
acusações? De acordo com a lógica a partir da qual Lúcifer fundamentava seus
ensinamentos, não restava alternativa ao criador. Nesta tremenda expectativa, o
Universo acompanhava os passos de Deus.
Num gesto de humildade, o criador despojou-se de sua coroa e de seu manto
real, depondo-os sobre o alvo trono. Em seu semblante não havia expressão de
ressentimento ou ira, mas de infinito amor e tristeza.
Com solenidade, o Eterno proclamou que o momento decisivo chegara, quando
cada criatura deveria selar sua decisão ao lado da luz ou das trevas. Numa ampla
revelação, o alertou para as consequências de um rompimento com a fonte da
vida.
Lúcifer e seus seguidores estavam conscientes da seriedade daquele
momento. Vendo que o trono permanecia vazio, Lúcifer e suas hostes, dominados
pelas cobiças, romperam definitivamente com o criador.
Ao ver um terço dos súditos transporem as divisas da eterna separação,
Deus deixou extravasar a dor angustiante que por tanto tempo martirizava seu
coração, curvando-se em inconsolável pranto. Contemplando seus filhos rebeldes,
ergueu a voz numa lamentação dolorosa: “meus filhos, meus filhos! já não posso
chamá-los assim! Queria tanto tê-los nos braças meus!
Lembro-me quando os formei com carinho! Vocês surgiram felizes e
perfeitos, em acordes de esperança em eterna harmonia!
Vivi para vocês, cobrindo-os de glória e poder! Vocês foram a minha
alegria! Por que seus corações mudaram tanto? O que mais poderia eu fazê-los
permanecer comigo? Hoje minha alma sofre em dor pela separação eterna! Como
olharei para os lugares vazios onde tantas vezes rejubilastes erguendo cânticos
festivos, sem me vir à mente um misto da felicidade e dor? Saudade infinita já
invade o meu ser, e sei que será eterna!
Hoje o meu coração rompeu e quebrou-se; a cicatriz carregará para sempre!
Depois de proclamar em pranto tão dolorosa lamentação, o Eterno, dirigindo-se a
Lúcifer, o causador de todo o mal, disse:
“você recebeu um nome ao ser criador. Agora não mais o chamarão Lúcifer,
mas Diabo, o senhor das trevas”.
Depois de lamentar a perdição das hostes rebeldes, o Eterno em lentos
passos, ausentou-se do jardim do Éden, lugar do trono Universal... Onde seria
agora a sua morada...
As hostes fiéis acompanharam reverentes os seus misteriosos passos de
abandono, que pareciam descerrar um futuro difícil, de sofrimentos e
humilhações. Ocupariam os rebeldes o divino trono, profanando-o como domínio do
pecado, daí foi à queda de Lúcifer e seus anjos.
reciban muchas bendiciones desde mi blog
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